Os mato-grossenses já pagaram R$ 24,8 bilhões em impostos este ano. O valor foi atingido na manhã desta terça-feira (1º), segundo o “Impostômetro” da Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio.
Aproximadamente 70% do que é arrecadado está embutida nos produtos e serviços. Até agora, o governo federal já arrecadou quase R$ 2 trilhões em impostos, como mostra o painel que está instalado desde abril em frente ao prédio da Fecomércio, na Avenida Rubens de Mendonça, em Cuiabá.
No ano passado, Mato Grosso arrecadou R$ 32.038 bilhões.
O presidente da Fecomércio, José Wenceslau de Souza Júnior, afirmou que a intenção do painel é fazer com que a população do estado tenha conhecimento do quanto está sendo pago em impostos. "Tem que ficar claro que quem paga o imposto é o cidadão", disse.
A reforma tributária é necessária, na avaliação dele.
"A carga tributária é muito alta. Em um produto de R$ 100, você chega a pagar R$ 46 em impostos. É uma carga tributária das mais altas do mundo. E nós que pagamos impostos não temos retorno, porque temos que pagar educação privada, saúde privada e segurança privada. Então, o governo está pegando esse dinheiro e aplicando mal aplicado", pontuou.
O "impostômetro" considera todos os valores arrecadados pelas três esferas de governo a título de tributos: impostos, taxas e contribuições, incluindo as multas, juros e correção monetária.
A reforma tributária está em discussão na Câmara dos Deputados e no Senado. Porém, as propostas analisadas pelas duas Casas são diferentes. Em linhas gerais, os textos propõem simplificar a cobrança de tributos com a unificação de vários impostos.
José Wenceslau disse que é favorável aos incentivos fiscais às empresas em Mato Grosso, devido à localização geográfica do estado, que é distante dos grandes centros.
Liberdade econômica
Ele reclamou que a burocracia prejudica a classe empresarial. A expectativa, segundo ele, é a aprovação da lei de liberdade econômica para tirar entraves governamentais.
"Estamos amarrados em muita burocracia, reconhecimento de firma, autenticação de documento. Hoje para abrir uma empresa chega a demorar até seis meses. É um absurdo, porque está deixando de gerar empregos, deixando de gerar riquezas e a circulação de dinheiro", afirmou.
Em abril deste ano, o presidente Jair Bolsonaro assinou a medida provisória com as mudanças legais. O Congresso Nacional teve 120 dias para aprovar o texto. Se não fosse analisado no prazo, alterações deixariam de valer. O Legislativo concluiu a aprovação da MP em 22 de agosto e o texto foi à sanção, entrando em vigor no dia 20 de setembro.
As novas regras tentam reduzir a burocracia nas atividades econômicas.