O número de mortos na passagem do tufão Hagibis no Japão subiu para 58, de acordo com a emissora japonesa NHK. Esse número, no entanto, pode aumentar, pois 14 pessoas continuam desaparecidas e 210 ficaram feridas.
Autoridades dizem que até 40% da precipitação anual foi registrada em apenas um ou dois dias em muitas regiões.
Apesar de ter perdido força, o tufão ainda provoca chuvas fortes e alagamentos em todo o país. A liberação de água de algumas represas fez com que o nível de pelo menos 21 deles subisse, inundando ruas e áreas residenciais. O rio Chikuma, na província de Nagano, a noroeste de Tóquio, está entre eles. Ao todo, mais de cem rios transbordaram.
Na cidade de Tomioka, ao norte de Tóquio, um desabamento de terras atingiu várias casas, deixando ao menos quatro mortos.
Os transportes sofreram forte impacto na passagem do tufão. Uma ponte por onde passa uma linha ferroviária desabou em um rio e, em outros pontos, enchentes interromperam a circulação dos trens.
Imagens de agências de notícias desta segunda-feira mostram carros danificados, ruas cheias de lama e moradores limpando suas casas. Trinta mil domicílios permaneciam sem energia elétrica.
No sábado (12), a tempestade, a mais forte a atingir Tóquio desde 1958, tocou o solo em Shizuoka (no sudeste da capital japonesa), na ilha de Honshu, às 19h (horário local). As rajadas de vento chegaram a até 200 km/h. Um terremoto de magnitude 5,7 sacudiu Tóquio logo depois.
A intensidade "sem precedentes" de chuvas fez com que a Agência Meteorológica do Japão (JMA) emitisse seu nível máximo de alerta de chuvas, reservado para situações de possível catástrofe. Os alertas atingiram mais de 6 milhões de pessoas em todo o país. Cerca de 27 mil policiais e militares foram mobilizados para as operações de resgate.
Os fortes ventos e chuva intensa provocaram inundações em várias regiões do país e provocaram danos na infraestrutura local. No fim de semana, cerca de 400 mil domicílios ficaram sem energia elétrica.
O tufão perdeu força após atravessar o território japonês e, ao meio-dia de domingo (13), foi rebaixado para a categoria de ciclone extratropical. Os avisos para áreas ao norte da capital começaram a ser retirados na manhã de domingo (13). Em Tóquio, a vida começou a voltar ao normal, com as lojas reabrindo e os trens retomando as operações.
Helicópteros foram utilizados para retirada de moradores isolados pelas inundações. Uma mulher de 70 anos caiu de uma altura de 40 metros enquanto era resgatada na cidade de Iwaki, na região de Fukushima. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu.
Em Kawagoe, noroeste de Tóquio, os salva-vidas retiraram um grupo de idosos, alguns em cadeiras de rodas, de um lar de idosos por barco.
O Japão é atingido todos os anos por cerca de vinte tufões. No mês passado, outra forte tempestade, o tufão Faxai, destruiu ou danificou 30 mil casas em Chiba, leste de Tóquio, e causou extensos cortes de energia.