Claudina Chue Marques, avó da menina Mirella Poliane Chue de Oliveira, de 11 anos, morta em 14 de junho, relevou que a neta estava perdendo peso desde fevereiro deste ano. A nova informação sobre o caso descarta a tese da Polícia Civil de que Mirella começou a ser envenenada pela madrasta, Jaira Gonçalves de Arruda, de 42 anos, apenas dois meses antes da morte.
Mirella começou a passar mal em 17 de abril de 2019, apresentando dor de cabeça, tontura, dor na barriga e vômito. Segundo a investigação, o veneno era administrado aos poucos. O intuito era que ninguém desconfiasse do crime. Mirella chegou a ser internada várias vezes, e na última já chegou morta ao hospital.
A suspeita inicial era de que a morte havia sido causada por meningite. Também se chegou a cogitar abuso sexual, pois havia inchaço na genitália, o que logo foi descartado durante a necropsia do Instituto de Medicina Legal (IML), da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
O laudo pericial apontou morte por causa indeterminada. A Politec colheu materiais para exames complementares e, nos exames realizados pelo Laboratório Forense, mediante Pesquisa Toxicológica Geral, foram detectados no sangue da vítima duas substâncias, uma delas veneno que provoca intoxicação crônica ou aguda e a morte.
A suspeita teria utilizado um agrotóxico de venda proibida no Brasil para matar a enteada. Apesar da proibição, o pesticida pode ser encontrado no mercado clandestino.
De acordo com a reportagem divulgada pela TV Centro América, com as novas informações passadas pela avó da criança, a polícia agora tem 25 dias para concluir o inquérito sobre a morte de Mirella.
Motivação
A madrasta teria matado a garota por conta de uma herança que ela recebeu, em decorrência da morte de sua mãe no parto, por erro médico. Parte do dinheiro, cerca de R$ 800 mil, ficou guardado para que Mirella só pudesse usar quando atingisse 24 anos.
A ação para receber a indenização foi movida pelos avós materno da criança, que ingressaram na Justiça pela indenização em 2009. O processo foi encerrado neste ano.
O pagamento da ação começou em 2019. Até 2018, a menina era criada pelo avós paternos. Em 2017, a avó morreu e no ano seguinte, em 2018,m o avô faleceu também, e a garota passou a ser criada pelo pai e madrasta. A partir daí, começou o plano da mulher para matar a criança com o objetivo de ter acesso ao dinheiro.
A mulher, que não teve o nome divulgado ainda, foi ouvida após a morte da menina e contou que convive com o pai da vítima desde que ela tinha 2 anos de idade e que se considerava mãe dela. Ela declarou que a enteada começou a ficar doente em 17 de abril de 2019, apresentando dor de cabeça, tontura, dor na barriga e vômito. A suspeita foi levada para a sede da Deddica, em Cuiabá.