Três homens foram assassinados a tiros no final da tarde desse sábado (26) no garimpo ilegal de Aripuanã, a 976 km de Cuiabá. Segundo a Polícia Civil de Aripuanã, as vítimas estavam em uma caminhonete e morreram no local.
A polícia informou ao G1 que investiga o caso para identificar os autores do crime e a motivação.
O motorista foi identificado como Osmir Zeferino, de 48 anos. No banco do passageiro estava o filho dele, Matheus Paes Zeferino, de 20 anos. O genro de Osmir, Klidio Henrique Richieri Pereira, de 26 anos, estava no banco de trás.
O triplo assassinato ocorreu a 14 km da cidade dentro do garimpo alvo de uma operação para desocupação da área há menos de três semanas.
Os policiais foram informados por moradores que encontraram as vítimas na caminhonete. Uma força-tarefa de policiais civis e militares foi ao local e encontrou os corpos.
De acordo com a Polícia Civil, que analisou o local do crime, as vítimas não tiveram nenhuma chance de se proteger. A suspeita é de que eles estavam falando com o ou os autores do crime no momento dos disparos.
Os corpos foram removidos para exame de necrópsia.
Até a manhã deste domingo (27) não havia nenhum suspeito preso ou identificado pela polícia.
Há quase um ano o garimpo ilegal atrai aventureiros e curiosos em busca de ouro na região de Aripuanã. A situação já foi alvo de investigação da Polícia Federal em 2018 e reuniu autoridades, no entanto, a exploração continuava sem qualquer tipo de controle.
A área explorada ilegalmente registrou acidentes, soterramentos, mortes e assassinatos ao longo de quase um ano.
No dia 7 de outubro, a Polícia Federal realizou a 2ª fase da 'Operação Trype' e retirou mais de 700 garimpeiros do local.
A estrutura montada em meio a floresta amazônica impressionou a polícia. Foram encontradas 25 retroescavadeiras, que eram usadas para escavar as encostas. Grandes geradores faziam a ventilação em crateras por onde garimpeiros desciam até 60 metros de profundidade para encontrar jazidas.
Imagens feitas do alto revelam o tamanho do estrago na região do garimpo. São quilômetros de mata devastada, onde, segundo a Polícia Federal, estavam vivendo cerca de 2 mil pessoas. Estradas foram abertas e casas construídas.
Depois da desocupação do garimpo ilegal pelas forças de segurança, o prefeito Jonas Rodrigues da Silva, o Jonas Canarinho (PR), decretou situação de emergência social no município.
Um levantamento feito pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) aponta que os casos de malária aumentaram 195%, entre 2018 e 2019, em Aripuanã. No ano passado foram registradas 180 notificações da doença. De janeiro a outubro deste ano, foram 532 novos registros.
A SES afirma que esse aumento, provavelmente, está relacionado à instalação do garimpo ilegal, na região. Ainda segundo a secretaria, essa quantidade de casos é considerada surto da doença, no município.