Um funcionário da Prefeitura de Alta Floresta, a 800 km de Cuiabá, suspeito de usar o cartão de uma pessoa morta para fazer empréstimo e saques bancários, foi identificado e preso pela Polícia Civil.
A prisão de João Leite ocorreu na segunda-feira (4) e foi divulgada nesta quarta-feira (6). O servidor estava cedido a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e aproveitou da função para praticar o crime.
O G1 não conseguiu contato com a prefeitura, nem com o advogado do servidor.
João foi autuado em flagrante pelo crime de posse ilegal de munições durante cumprimento de mandado de busca e apreensão em sua residência, no bairro Boa Nova 3, em Alta Floresta.
O funcionário público também responderá em inquérito policial pelos crimes de peculato e estelionato.
De acordo com as investigações, a vítima foi encaminhada ao Hospital Regional de Alta Floresta no dia 26 de julho depois de ser agredida.
No dia 30, a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade hospitalar sendo o corpo encaminhado a Politec para verificação da causa da morte.
No dia 31 de julho, os funcionários da agência bancária de Paranaíta, a 849 km de Cuiabá, onde a vítima possuía conta corrente, perceberam uma movimentação estranha, referente a um empréstimo pessoal no valor de R$ 5,2 mil, além de saques no valor de R$ 2,5 mil.
Todas as transações foram realizadas através de caixas eletrônicos da agência de Alta Floresta.
Assim que foi notificada da situação, a Polícia Civil de Alta Floresta iniciou as investigações e, através de imagens de circuito interno de segurança, conseguiu identificar o autor da fraude.
Segundo o delegado Pablo Carneiro, o suspeito aproveitou a condição de servidor público para subtrair o cartão bancário da vítima quando o corpo foi encaminhado a Politec para o exame de necrópsia.
O delegado representou pelo mandado de busca e apreensão na residência do suspeito, o qual foi decretado pela Justiça e cumprido na segunda-feira.
Na casa do investigado, os policiais apreenderam 9 munições, sendo 8 calibre 38 e 1 calibre 32. Questionado, o suspeito disse que já havia destruído o cartão da vítima.
O servidor foi conduzido a Delegacia de Alta Floresta, onde após ser interrogado foi autuado em flagrante por posse ilegal de munições. O delegado arbitrou fiança no valor de R$ 1 mil e o suspeito responderá em liberdade pelos inquéritos pelo de posse ilegal, estelionato e peculato.
Em nota, a Politec disse que foi informada do ocorrido oficializou a devolução do servidor à prefeitura, seu órgão de origem, afastando imediatamente o servidor de suas funções na Politec.
Ele trabalhava na confecção de documentos no posto de identificação e também auxiliava o IML no recolhimento e remoção de cadáveres.
Na ocasião do fato ele tinha ido ao hospital assinar um termo de entrega do corpo ao IML.
O procedimento padrão da Politec em locais de crime é o recolhimento de pertences pessoais e documentos da vítima que, por sua vez, são entregues para as autoridades policiais.
A coordenadoria regional de Sinop, está verificando em quais circunstâncias o cartão de crédito da vítima foi subtraído.