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Caso Marielle: porteiro que citou 'Seu Jair' em depoimento não é o mesmo do áudio divulgado por Carlos Bolsonaro

Informação foi publicada pelo colunista Lauro Jardim, de 'O Globo', e pela revista 'Veja'. Dois suspeitos da morte da vereadora Marielle Franco se encontraram no condomínio onde Jair Bolsonaro e seu filho Carlos têm casa, horas antes

Data: Sexta-feira, 08/11/2019 15:11
Fonte: G1

Um porteiro declarou à polícia que Élcio disse que iria à casa 58, de Jair Bolsonaro, e anotou o número no livro de registros do condomínio. Afirmou ainda que identificou a voz de quem autorizou a entrada como sendo a do "Seu Jair". Mas o Jornal Nacional mostrou em reportagem de 29 de outubro que registros da Câmara dos Deputados apontam que o então parlamentar Jair Bolsonaro estava em Brasília.

No dia 30, Carlos Bolsonaro divulgou em rede social o áudio do condomínio em que um porteiro fala com Ronnie Lessa e este autoriza a entrada de Élcio de Queiroz. Os dois suspeitos estão presos na penitenciária federal de Rondônia.

A gravação foi periciada pelo Ministério Público Estadual (MPE), que concluiu que o porteiro que depôs à polícia pode ter mentido, esquecido ou se equivocado. O pedido de perícia foi protocolado às 13h05 do dia 30. E a entrevista coletiva com o resultado da perícia começou menos de duas horas depois, às 15h30.

 

Os porteiros

 

A revista “Veja” desta semana localizou dois porteiros do condomínio. O funcionário que prestou depoimento mora num bairro da Zona Oeste que é reduto de milícias. Está afastado do trabalho e se recusa a falar sobre o assunto. Segundo a reportagem, ele é discreto, não frequenta bares nem festas e nos fins de semana é visto sempre a caminho da igreja.

 

A "Veja" encontrou o outro porteiro do condomínio e ele confirmou que é sua a voz na gravação divulgada por Carlos Bolsonaro. Segundo a revista, o funcionário disse que podem estar usando o colega para “denegrir a imagem do presidente”.

Segundo a "Veja", moradores do condomínio levantaram a hipótese de que o porteiro que prestou depoimento tenha sido pressionado por Ronnie Lessa a citar o nome do presidente Bolsonaro à polícia. Lessa, miliciano, teria influência na comunidade onde reside o porteiro.

No Vivendas da Barra, há sempre dois porteiros na entrada, um na cabine e outro na cancela, segundo a revista. Mas o porteiro que aparece no áudio diz não se lembrar com quem trabalhava no dia 14 de março de 2018.

O G1 não divulga nome dos porteiros por questões de segurança.