Uma operação para combater a extração ilegal de aroeira na região da Terra Indígena Sararé, município de Conquista D'Oeste, a 571 km de Cuiabá, é realizada na manhã desta quarta-feira (4) pela Polícia Federal.
Indígenas e madeireiros são alvos da operação, chamada Ybyrá. Até as 7h25 (horário de Mato Grosso), três índios foram presos.
A PF deve cumprir 25 ordens judiciais expedidos pela Justiça Federal de Cáceres, a 220 km de Cuiabá, dentre as quais constam 12 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão nas cidades de Nova Lacerda (MT) e Conquista D’Oeste.
Segundo a PF, a investigação apontou a participação de lideranças indígenas na estrutura da organização, uma vez que os índios envolvidos permitiam a exploração da reserva em troca de pagamentos periódicos ou outros benefícios.
Na operação estão sendo presos indígenas, madeireiros e uma grande propriedade rural está sendo apreendida judicialmente por ter adquirida madeira oriunda da reserva indígena.
O G1 entrou em contato com a Funai e, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta.
Investigação
A investigação teve início no ano de 2017, a partir de uma prisão em flagrante realizada em uma ação de fiscalização de terra indígena.
Tais fiscalizações visavam coibir a prática de crimes ambientais no interior das reservas e são coordenadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai), contando com o apoio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e de forças policiais.
O foco da exploração ambiental investigada na operação foi a extração da aroeira, espécie que tem o corte proibido em floresta primária desde 1991 por uma portaria normativa expedida pelo Ibama.
Os presos estão sendo conduzidos para a Delegacia de Polícia Federal em Cáceres onde serão ouvidos e encaminhados à cadeia local.
No período da investigação foi realizada uma das apreensões foram apreendidas mais de 1,2 mil lascas de aroeira avaliadas em mais de R$ 50 mil.
A operação tenta também identificar outras pessoas responsáveis pela aquisição da aroeira, as quais serão indiciadas pelo crime ambiental e pela organização criminosa, bem como os imóveis serão apreendidos para ressarcimento ambiental.
O nome da operação faz menção ao significado das palavras “árvore, tronco, madeira” no dialeto tupi.