Tarifas sobre aço e alumínio
Ao acusar Brasil e Argentina de desvalorizarem suas moedas, Trump disse que iria restaurar a sobretaxa sobre o aço e o alumínio vendido pelos dois países. A sobretaxa nas tarifas foi aplicada pelo governo dos EUA no ano passado, em relação a vários parceiros comerciais, mas Brasil e Argentina obtiveram, em agosto, uma espécie de "alívio" nos preços.
Bolsonaro, que diz ter uma boa relação com o presidente norte-americano, afirmou nesta quarta que acredita que Brasil e EUA chegarão a um "bom termo" com relação ao aço e ao alumínio.
“Eu acredito no Trump, não tenho nenhuma idolatria por ninguém, tenho uma amizade, não vou falar amizade, não frequento a casa dele nem ele a minha, mas temos um acordo, com contato bastante cordial”, afirmou Bolsonaro.
Questionado se ficou decepcionado com Trump, Bolsonaro disse que não, pois o norte-americano ainda não “bateu o martelo” sobre a taxação.
“Não tem decepção porque não bateu o martelo ainda. Não é porque um amigo meu falou grosso numa situação qualquer que eu já vou dar as costas para ele”, disse Bolsonaro.
O presidente afirmou ainda que o Brasil é o 'pobre da história' na comparação com os Estados Unidos.
"Nós importamos etanol deles. Eles querem agora, está bastando avançando, mandarem trigo para a gente. Agora, somos pobres na história. Não sei quantas vezes a economia deles é maior do que a nossa, várias vezes. Nós estamos com bodoque, estilingue, os caras estão com uma [pistola] .50", completou.
Mercosul
Bolsonaro defendeu uma relação pragmática entre os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). O presidente participa nesta quinta-feira (5), em Bento Gonçalves, de uma reunião de chefes de Estado do bloco.
Segundo ele, há acordos “engatilhados” para assinatura durante a cúpula. Outra possibilidade é fechar um acordo automotivo entre Brasil e Paraguai.
Bolsonaro citou a mudança de governo na Argentina, com a vitória do candidato de esquerda Alberto Fernández na eleição presidencial. O presidente brasileiro fez críticas a Fernández durante a campanha e, quando saiu o resultado, disse que o povo argentino "escolheu mal".
A cúpula desta quinta será a última que terá Mauricio Macri, atual chefe de Estado da Argentina, como presidente, já que Fernández toma posse na próxima semana. Bolsonaro disse que, apesar da mudança de governo, não deseja perder negócios com o país vizinho.
“Somos quatro países que interessam no Mercosul. Argentina deu uma guinada para esquerda. A gente vai para o pragmatismo, a gente brigando, a Argentina perde muito mais. Eu não quero perder nenhum dedinho. Vamos continuar fazendo negócios”, disse.