O secretário de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso, Marcelo Padeiro, se exaltou durante entrevista em uma rádio na manhã desta segunda-feira (3) e xingou de bandidos e “filhos da p***” os responsáveis pela fiscalização das obras do VLT que acabaram recebendo propina. Padeiro garantiu que uma solução para o modal será dada ainda no primeiro semestre deste ano.
A atual gestão do Governo do Estado já contratou uma empresa para fazer um estudo de viabilidade do VLT em Cuiabá e Várzea Grande. No levantamento, a determinação também prevê análise da viabilidade da implantação do Bus Rapid Transit (BRT), porém, o Governo Federal é contra esta mudança.
Em entrevista a Antero Paes de Barros, na Rádio Capital, na manhã de hoje (3), o secretário Marcelo Padeiro garantiu que algumas obras inacabadas de governos passados serão concluídas. Ele também afirmou que uma solução para o VLT será dada ainda no primeiro semestre deste ano, já que os trabalhos do Governo do Estado junto com a Secretaria Nacional de Mobilidade e Serviços Urbanos estão quase concluídos.
O secretário ainda se exaltou durante a entrevista, dizendo que as cobranças deveriam ter sido feitas na época em que as obras foram iniciadas. Ele disse ter orgulho de ter trabalhado na Secretaria Extraordinária estadual da Copa (Secopa), afirmando que nunca teve seu nome citado em esquemas, e ainda xingou os envolvidos nas propinas do VLT.
“Eu acho que a população de Mato Grosso tem que ter o direito de saber quem eram os bandidos, desculpe as expressão, os filhos da p*** que pegaram o dinheiro público do Estado de Mato Grosso. A população tem que saber, esta é a ênfase que nós temos que dar para o VLT, é pegar todo mundo que pegou dinheiro do Estado de Mato Grosso [...] Eu trabalhei na Secopa e tenho orgulho de falar, agora pergunta se meu nome aparece em alguma delação? Pergunta se meu nome aparece em alguma conversa fiada de empreiteiro, isso eu não tenho”.
Padeiro garantiu que as obras inacabadas em Várzea Grande, ou como ele chamou, a “ferida aberta que está na Avenida da FEB”, serão resolvidas, com ou sem a construção do VLT.
VLT
A obra foi iniciada em agosto de 2012 e mais de R$ 1 bilhão já foi aplicado no “novo” modal de transporte coletivo de Cuiabá e Várzea Grande. Os trilhos que guiariam o VLT nos dois municípios quase não existem, e os que já foram construídos estão se deteriorando, juntamente com os vagões que estão estacionados no Centro de Controle Operacional e Manutenção, localizado em Várzea Grande e que, por curiosidade, também está se definhando por falta de manutenção.
Parado desde dezembro de 2014, o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos será composto por duas linhas (Aeroporto-CPA e Coxipó-Porto), com total de 22 km de trilhos e terá 40 composições, com 280 vagões. Cada composição tem capacidade para transportar até 400 passageiros, sendo 72 sentados.
A licitação previa 33 estações de embarque e desembarque e três terminais de integração, localizados nas extremidades do trecho, além de uma estação diferenciada onde também poderá ser feita a integração com ônibus.