O agente penitenciário Edson Batista Alves, de 35 anos, preso em Cuiabá acusado de torturar e manter em cárcere privado a mulher e o filho dela, de 6 anos, deixou a prisão nesta segunda-feira (10). A decisão é do juiz Jeverson Luiz Quinteiro.
O magistrado concedeu alvará de soltura porque o acusado está há 81 dias preso, prazo limite da prisão cautelar.
Edson deve cumprir medidas restritivas e será monitorado por tornozeleira eletrônica.
Segundo a polícia, a mulher e a criança eram torturadas e mantidas em cárcere privado por duas semanas. Edson chegou a quebrar o braço do menino e o obrigou a gravar um vídeo dizendo que tinha sofrido a fratura em um acidente.
As vítimas estavam com vários hematomas pelo corpo. Elas relataram que, além de socos e chutes, eram espancadas com fio de carregador, cabo de vassoura e até queimadas com água quente.
A mãe da criança namorou Edson por três meses e saiu de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, para a capital para visitá-lo há duas semanas.
A criança afirmou à reportagem que Edson chegou a colocar a cabeça dela na privada durante as agressões.
O menino disse ainda que fingia dormir quando a mãe era espancada. No entanto, nesta semana, o padrasto percebeu que ele estava acordado e o espancou. Além dos hematomas, o menino teve o braço quebrado.
A criança foi encaminhada desacordada ao hospital.
As vítimas do agente penitenciário Edson Batista Alves, de 35 anos, preso em Cuiabá suspeito de torturar e manter em cárcere privado a namorada dele e o filho dela de 6 anos, disseram que foram obrigadas a tatuarem o nome dele. Elas também denunciaram que foram espancadas e humilhadas. Durante as agressões, ele as obrigava a pedir desculpas a ele.
Ao todo, seis ex-namoradas e ex-mulheres fizeram denúncia contra ele à polícia. Todas elas foram obrigadas a tatuarem o nome dele. Uma delas tatuou o nome e o sobrenome: "Edson Alves", seguido de um coração.
Outra disse que ele as obrigava a beber a urina dele e chupava o sangue delas.
"Ele fez um pacto, que tinha que chupar o sangue, ele gosta de sangue. Ele é um demônio. Ele fazia a gente tomar o xixi dele, não só eu, mas as outras vítimas. A desculpa dele é que ele é doente, depressivo e que a gente tem que cuidar dele", contou uma das vítimas, que pediu para não ter o nome divulgado.
Uma das vítimas registrou quatro boletins de ocorrência contra o agente.
Segundo a polícia, após descobrir a fuga da namorada, Edson ainda teria rastreado o celular dela. Ele foi preso rondando a base da polícia.
Após a prisão, o suspeito foi encaminhado para audiência da custódia e a Justiça converteu a prisão em flagrante em preventiva.
Ele foi encaminhado para um presídio militar, em Santo Antônio de Leverger.
O agente atuava no Setor de Operações Especiais (SOE), mas estava afastado do trabalho por violência doméstica e era monitorado por tornozeleira eletrônica.