Em evento com pouco prestígio da classe artística, a atriz Regina Duarte assumiu nesta quarta-feira (4) a Secretaria Especial da Cultura do governo de Jair Bolsonaro prometendo pacificar a pasta e manter diálogo constante com a classe cultural, a sociedade e o Congresso.
"Meu propósito aqui é de pacificação, diálogo permanente com o setor cultural, estados e municípios, Parlamento e com os órgãos de controle", disse.
Ela acrescentou ainda que "o apoio do Legislativo é indispensável para que se tornem reais os objetivos da tarefa que vamos realizar a partir de hoje".
Depois de usar termos de relacionamento, como "namoro" e "noivado", para falar do convite para integrar o governo, Regina desceu a rampa presidencial vestindo um terno tailler branco e uma saia preta e de braços dados com o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão.
Conhecida por seus célebres papeis na televisão brasileira, a "namoradinha do Brasil" entrou no salão nobre do Palácio do Planalto de forma performática, gesticulando como quem aguarda aplausos.
Regina fez um discurso de 15 minutos, durante o qual exaltou o papel e a diversidade da cultura brasileira e defendeu valores familiares. Ela também disse que precisa de oração.
Sua fala, feita de forma performática, com pausas dramáticas, risadas, olhares e gestos, exaltou a necessidade de democratizar a cultura.
Ela brincou que sabe que Bolsonaro é bravo e disse que o humor faz parte da sociedade brasileira, dizendo que cultura é "feita de palhaçada".
Ao se apresentar para o cargo, disse estar "municiada de confiança e coragem" para a missão.
Com orçamento apertado na Secretaria, disse que pode "passar o chapéu" para arrecadar recursos para suas ações. "Posso ser um tanto ingênua, mas eu acredito que possa se fazer muita cultura e arte com os recursos que nós temos, com criatividade", disse.