Mais da metade dos partos registrados em Mato Grosso são cesáreas. A recomendação do Ministério da Saúde é de que a proporção das cesarianas em relação ao total de partos seja de, no máximo, 30%.
De acordo com a Secretaria de Saúde Estadual (SES), em 2019 a relação entre partos normais e partos cesáreas em Mato Grosso foi de 39% e 61%, respectivamente.
Esse número está bem longe da recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que diz a necessidade de cesarianas é de 15% a 20% do total.
Em Cuiabá, o número de cesáreas também é alto. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, de 29 mil partos realizados em 2019 na capital, mais de 15 mil foram cesarianas, o que corresponde a 52%.
A OMS estabelece padrões de atendimentos para reduzir intervenções médicas desnecessária e para que as equipes médicas e de enfermagem só interfiram para acelerar o trabalho de parto de uma mulher se existir riscos reais de complicações.
Na recomendação sobre nascimentos e partos da OMS, emitida em 2018, a OMS pediu a eliminação da referência à dilatação cervical de um centímetro por hora e enfatizou que uma taxa de dilatação mais lenta por si só não deve servir de indicação para acelerar o parto ou o nascimento.
Isso porque, até então, muitas vezes, as mulheres recebem oxitocina para acelerar o trabalho de parto ou acabam por ser encaminhadas para cesarianas sem necessidade.
A SES explica que existe um acordo entre Ministério da Saúde, estados e municípios com o objetivo de aumentar a proporção de parto vaginal em relação ao parto cesária; sendo a diretriz nacional de uma proporção de 70% ou mais de partos naturais.
Atualmente a secretaria desenvolve ações para organização da Rede Materno Infantil, tendo por finalidade a melhoria do acesso, a qualidade da assistência pré-natal e do parto.