Seja bem-vindo ao portal: Amplitude News

NOTÍCIAS

Engenheira ensina mulheres a fazerem reparos em casas em Cuiabá

Daniela Argenta dá minicurso para ajudar a resolver problemas domésticos do dia a dia, que geralmente, as mulheres dependem de alguém para solucioná-los.

Data: Quarta-feira, 11/03/2020 13:21
Fonte: G1 MT

Uma engenheira civil está ensinando mulheres a fazerem pequenos reparos em casa, em Cuiabá. Daniela Argenta, que atua em Cuiabá, ministra práticas de consertos exclusivamente para mulheres. O objetivo é ajudá-las a resolver problemas domésticos do dia a dia, que geralmente, as mulheres dependem de alguém para solucioná-los.

“Vários homens já procuraram, mas pretendo fazer turmas mistas. A ideia é que as pessoas se sintam acolhidas e seguras, mostrando as próprias vulnerabilidades e, com isso, aprendam sendo conscientes que todos nós temos limitações e somos capazes”, contou Daniela.

 

Daniela contou ao G1 que teve a ideia a partir da vivência. Um dia estava arrastando um paneleiro dentro da casa dela e veio a inspiração. Ela pensou nas amigas. Uma delas pediu uma furadeira, mas tinha que esperar o marido chegar e outra que pediu o contato de um marceneiro.

"Resolvi criar o minicurso por todas as mulheres que eu conheço e não sabem fazer nada. Mudando um paneleiro de lugar me veio uma ‘insight’. Aí decidi que precisava fazer algo com paixão e para ajudar outras mulheres a serem mais ainda empoderadas”, explicou a engenheira.

 

Após ser demitida da empresa onde trabalhava e com a inspiração do minicurso, Daniela se especializou fazendo um curso de reparos em São Paulo. O intuito de autossuficiência contribui no empoderamento pessoal e, principalmente, para as mulheres independentes, concordou a engenheira.

Os assuntos que devem ser abordados e ensinados no curso são diversos, como ferramentas manuais que devemos ter em casa. A utilização da furadeira e os casos em que deve ser usada.

Entre os serviços estão instalações hidráulicas e elétricas, como trocar a resistência queimada do chuveiro elétrico, torneira pingando, pia entupida, consertar e trocar tomadas e lâmpadas, entre outros.

Em determinada ocasião, ela fazia um reparo na casa dela, e a filha questionou o que estava fazendo. A engenheira explicou para a filha a situação e no momento entregou uma ferramenta para que a menina brincasse.

 

“Inclusive dei uma chave philips para ela brincar, estava montando alguma coisa e dei para ela. Incentivo ela a todo momento, inclusive uso uma camiseta, que praticamente fala que nós mulheres podemos fazer o que quiser. Vou continuar a incentivar ela para que aprenda a ser empoderada e saber fazer reparos sozinhas”, declarou Daniela.

 

Na camiseta dela tem uma frase que diz que as mulheres podem fazer o que quiser. “Yes, we can do it”, que em português quer dizer “sim, nós podemos fazer isso”. A engenheira disse que a mensagem atribui o pensamento ao empoderamento feminino.

Segundo a engenheira florestal, Liana Vicunã Nascimento dos Santos, o curso a surpreendeu muito e superou todas as expectativas criadas por ela. A aluna gostou tanto do curso que já se inscreveu em outro e mais completo.

 

“Esse é o tipo de serviço que a gente não se propõe a fazer por imaginar que só um profissional com aquela maleta cheia de ferramentas consegue resolver. Isso foi desmistificado. Aprendi a realizar alguns serviços que nunca pensei que fossem tão fáceis e, nem foi necessário um arsenal de ferramentas. Já estou ansiosa para aprender mais!”, exclamou Liana.

Daniela Argenta participou de uma competição de startups onde apresentou a ideia do curso e conseguiu conquistar o 3ª lugar no Startup Weekend Women 2019. No evento, ela contou que foi selecionada, mas a ideia central sofreu algumas alterações. O evento aconteceu no ano passado na Arena Pantanal em Cuiabá.

A empreendedora é engenheira civil há 15 anos, trabalha em áreas de rodovias, particularmente com faixa de domínio e desapropriação em uma empresa privada. Mora no estado desde os cinco anos de idade, estudou e se formou na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Ela é divorciada e tem uma filha de sete anos.