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SP registra a primeira morte pelo novo coronavírus no Brasil

Homem de 62 anos tinha diabetes, hipertensão e hiperplasia prostática. Nesta manhã, havia 301 casos do novo vírus confirmados pelas secretarias estaduais de Saúde.

Data: Segunda-feira, 00/00/0000 00:00
Fonte: G1

Nesta manhã, no momento em que a morte foi anunciada pelo governo de São Paulo, havia 314 casos da doença causada pelo vírus em todo o Brasil, confirmados pelas secretarias de Saúde dos estados. Boletim do Ministério da Saúde desta segunda-feira (11) confirmava 234 casos.

A Secretária Estadual de Saúde afirma que 162 casos da doença em São Paulo já foram confirmados até esta terça-feira (17). Pelo menos 154 pacientes infectados pelo covid-19 estão na capital paulista e os demais em oito municípios da Grande São Paulo.

Revisão de protocolos

 

Para o infectologista David Uip, a morte desse primeiro paciente está levando as autoridades paulistas a rever os entendimentos sobre os períodos de evolução da doença nos pacientes graves.

“Foi uma evolução rápida, da internação ao óbito. O caso desse paciente está fazendo a gente entender como se comporta a doença. Nós imaginávamos que o período de encubação da doença era de até 14 dias, mas a média está sendo de 6 a 8 dias até a doença se manifestar. Vamos inclusive sugerir ao Ministério da Saúde que diminua o tempo de quarentena de até 14 dias para dez”, disse Davi Uip.

O governo de São Paulo também investiga se outras quatro mortes também foram provocadas pela doença. As outras vítimas, inclusive o primeiro paciente morto por coronavírus, estavam internados na mesma rede hospitalar, no entanto, não foi informado se estavam no mesmo hospital dessa rede.

Doações de sangue

 

Ao informar sobre a primeira morte de paciente como coronavírus, o governo do estado de São Paulo fez um alerta e um pedido à população da cidade de São Paulo para que façam doações de sangue pois, segundo o coordenador de Centro de Contingenciamento para o Coronavírus em São Paulo, o médico David Uip, os bancos da capital estão "praticamente vazios".

 

"Eu preciso dar um informe, que preciso de muito apoio de vocês: os nossos bancos de sangue estão praticamente sem sangue. O banco de sangue que tem mais sangue, tem sangue hoje para praticamente uma uma semana", declarou.

O governo de São Paulo avalia que o surto de coronavírus deve durar "de quatro a cinco meses". No entanto, as medidas restritivas adotadas pela administração estadual, como a suspensão das aulas e a restrição de eventos (leia mais abaixo), não devem ser aplicadas durante todo este período.

 

Estado de emergência na cidade de SP

 

Nesta terça-feira, foi publicado no Diário Oficial da cidade de São Paulo decreto de estado de emergência, que permitirá à Prefeitura requisitar bens e serviços de pessoas naturais e jurídicas, com pagamento posterior de indenização justa.

Isso significa dizer que a Prefeitura poderá, por exemplo, exigir dos fabricantes de álcool em gel que vendam o produto à administração pública a “preço justo”, em caso de falta. O decreto de emergência também autoriza a dispensa de licitação para aquisição de bens e serviços destinados ao enfrentamento da emergência.

Foram impostas, ainda, uma série de medidas para restrição da circulação de pessoas na capital paulista e no estado. As aulas nas escolas municipais e estaduais estão sendo suspensas, de forma gradual, desde o início da semana e devem ser totalmente interrompidas até sexta-feira (20). A suspensão também ocorre em escolas particulares e universidades.

O governo estadual determinou o cancelamento de eventos públicos estaduais, independentemente do número de pessoas. A Prefeitura de São Paulo deverá suspender o alvará para grandes eventos, que já estão sendo cancelados e adiados.

Funcionários públicos com mais de 60 anos, com exceção dos que atuam nas áreas de Segurança e Saúde, irão trabalhar de casa. A Prefeitura de São Paulo recomendou que os idosos, acima de 60 anos, evitem usar o transporte público para evitar o risco de contaminação e proliferação da doença.

 

As medidas mudaram o cenário da cidade de São Paulo, que tinha poucos carros e pedestres nesta segunda e na terça-feira. Às 8h desta terça, as ruas da cidade estavam vazias e o índice de lentidão estava bem abaixo da média. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), às 7h havia 7 quilômetros de congestionamento na cidade, quando a média varia entre 25 e 39 quilômetros.

 

Reavaliação de testes laboratoriais

 

Ainda na segunda-feira, o governo estadual informou que "vai avaliar" a nova recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que todos os casos suspeitos do novo coronavírus sejam submetidos a exames laboratoriais. A afirmação foi feita pelo secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann.

Na sexta-feira (13) o governo de São Paulo havia anunciado que somente pacientes internados seriam submetidos ao teste laboratorial na rede pública e que o diagnóstico clínico seria adotado para outros casos suspeitos.