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MPMT cita medo dos jurados e risco de fuga e pede que acusados de matar prefeito sejam julgados em outra cidade

Yana e Antônio também são acusados de tentativa de homicídio praticado contra o ex-secretário municipal Ademir Ferreira dos Santos, sua ex-companheira, Rosimeire Costa e Walison Jones Machado Lara.

Data: Quarta-feira, 18/03/2020 09:00
Fonte: G1 MT

O Ministério Público Estadual (MPE) requereu ao Tribunal de Justiça que o julgamento Yana Fois Coelho Alvarenga e Antônio Rodrigues Pereira Neto, acusados de assassinar Esvandir Antonio Mendes, então prefeito de Colniza, a 1.065 km de Cuiabá, seja realizado em outra comarca. O crime foi registrado em dezembro de 2017.

O MP argumenta que o “interesse da ordem pública e a dúvida na imparcialidade dos jurados não possibilitam o julgamento justo na Comarca de Colniza dos réus”. Ele afirma que os crimes imputados a eles tiveram enorme repercussão estadual e nacional, o que coloca em xeque a imparcialidade do julgamento.

Yana e Antônio também são acusados de tentativa de homicídio praticado contra o ex-secretário municipal Ademir Ferreira dos Santos, sua ex-companheira, Rosimeire Costa e Walison Jones Machado Lara. A dupla responde ainda por associação criminosa, receptação, corrupção de menores e crime de trânsito.

O MP enfatiza também que em novembro do ano passado vários jurados que foram intimados para participar das sessões de julgamento manifestaram informalmente o desejo de não participar de eventual julgamento com temor dos acusados.

Foi citado ainda o risco da tentativa de plano de fuga dos acusados, com possibilidade de conflito armado, devido à ausência da segurança necessária para realização do julgamento.

Consta no pedido do MP que o réu Antonio Pereira Rodrigues é conhecido como “prefeito” dentro da cadeia pública de Juína, a 737 km da capital. E a acusada Yana Fois já foi surpreendida duas vezes, no ano de 2018, com celulares dentro do presídio em Cuiabá.

 

Morte de prefeito

 

Antônio, que atua no ramo de táxi-aéreo e de combustível e é apontado como o mandante do assassinato de Esvandir, e mais dois suspeitos do crime, foram presos quando estavam em uma estrada entre os municípios de Juruena e Castanheira, a 893 km e 780 km de Cuiabá, respectivamente.

No carro em que eles estavam no momento da prisão, a polícia encontrou R$ 60 mil, que seriam referentes ao pagamento pela execução de Esvandir. Ele foram indiciados pela Polícia Civil.

Três meses antes de ser assassinado, o ex-prefeito de Colniza procurou a Promotoria de Justiça de Colniza para declarar que estava sofrendo ameaças e que o presidente da Câmara Municipal, Rodolfo César Andrade Gonçalves, conhecido como sargento Rodolfo (PSDB), teria interesse em sua cassação.

Segundo o ex-prefeito, desde o seu afastamento, uma caminhonete da Câmara de Vereadores esta vista passando devagar pela frente da casa dele, como se quisesse ver a movimentação no local, assim como motocicletas passaram a rondar a residência durante a noite.

Esvandir disse ter sido alertado pelo amigo dele e ex-secretário de Planejamento do município, Ademir da Silva, de que o presidente da Câmara teria dito ao então prefeito interino, no dia 12 de setembro, que havia um jeito de tirá-lo da prefeitura, insinuando que usaria arma de fogo, se necessário. A declaração teria sido feita durante uma reunião da qual Ademir participava.