O comitê permanente de combate ao coronavírus de Sorriso acaba de decidir pela reabertura do comércio local a partir dessa sexta-feira (26). A decisão foi tomada em conjunto, por autoridades locais, durante a reunião do comitê que aconteceu no pátio do centro de eventos Ari José Riedi.
Segundo o prefeito Ari Lafin, estarão autorizados a funcionar os segmentos listados em um decreto assinado pelo governador Mauro Mendes. “A partir de amanhã será pelo decreto do governador. Antecipamos reunião de sábado para hoje e, já a partir de amanhã, vários comércios que estão preconizados dentro deste decreto estarão autorizados, cumprindo os critérios de segurança. Vamos trabalhar com fiscalização intensa. Quem não cumprir os requisitos, com certeza terá problema com a Justiça e os órgãos de segurança pública”.
Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Paulo Silvestro, o comércio deve voltar ao atendimento normal de forma gradativa, evitando aglomerações e tomando os cuidados necessários para higienização de superfícies e pessoas. “Precisamos ter cautela porque temos vidas em jogo. A decisão é pela reabertura até segunda ordem”, explicou.
Lafin ainda adiantou que as aulas deverão continuar suspensas, ao menos, por enquanto. “Não vejo probabilidade de voltar. Não é ‘gripinha’ não, nem ‘resfriadinho. Vou obedecer ordens superiores, outras tenho que contestar. Se eu tivesse testes rápidos, respiradores sobrando, nem teríamos parado o comércio esta semana. O problema é que ainda não temos mecanismos para trazer segurança para as equipes médicas”, afirmou o prefeito.
O gestor também explicou como continuarão as atividades da prefeitura. “Vão voltar gradativamente. Sempre buscando obedecer o que preconiza a OMS, que é distância. Hoje temos condição de trabalhar muito online, com os funcionários despachando. Muitas certidões podem ser tiradas, em casa. Vamos trabalhar cada vez mais em apoio ao comércio, à indústria local. Talvez não presencialmente”.
Conforme o prefeito, apesar do relaxamento, novas medidas restritivas não estão descartadas. “O comitê pode se reunir a qualquer momento. O decreto vai ser obedecido. A quarentena pode aparecer novamente, dependendo dos números nacionais, regionais. Trabalhamos com bloqueio esta semana, foi um choque necessário”.
De acordo com o decreto assinado pelo governador Mauro Mendes, está autorizado o funcionamento de supermercadistas de pequeno, médio e grande portes, atacadista e pequeno varejo alimentício; padarias, para retirada de produtos no local ou na modalidade delivery; restaurantes, cafés e congêneres localizados em áreas urbanas para retirada no local ou por delivery assim como lojas de conveniência, bares e distribuidoras de bebidas, açougues e peixarias, distribuidoras de gás de cozinha; agências bancárias e loterias, utilizando o protocolo de segurança visando evitar a aglomeração de pessoas na área interna e externa do estabelecimento; hospitais, clínicas e serviços de assistência à saúde humana e de animais; assistência social e atendimento à população em estado de vulnerabilidade; farmácias e drogarias;
O governo também liberou o funcionamento do comércio de alimentos e medicamentos destinados a animais; atividades de segurança pública e privada, incluídas a vigilância, a guarda e a custódia de presos; estabelecimentos que comercializam peças automotivas, materiais elétricos e de construção, preferencialmente atendendo delivery, observados os casos emergências; produção, distribuição e comercialização de combustíveis e de derivados, inclusive postos de combustíveis; prestadores de serviços de manutenção de elevador, ar condicionado, rede elétrica e abastecimento de água; oficinas mecânicas; restaurantes e congêneres localizados em rodovias estaduais; transporte e circulação de mercadorias e insumos para as atividades listadas nos artigos 2º e 3º; telecomunicação e internet; serviço de “call center”; captação, tratamento e distribuição de água; captação e tratamento de esgoto e de lixo; geração, transmissão e distribuição de energia elétrica e de gás; serviços relacionados à tecnologia da informação e de processamento de dados “data Center” para suporte de outras atividades.
Esta tarde, conforme Só Notícias já informou, o Ministério Público do Estado, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho divulgaram nota informando que solicitaram ao governador a suspensão dos efeitos do decreto. “Além de apresentar estudos e justificativas técnicas que apontam para a ocorrência de mais de oito mil mortes no Estado caso não sejam adotadas medidas estritas de isolamento, os membros dos Ministérios Públicos argumentam que os incisos que alteraram o decreto estadual 425/2020 são inconstitucionais”, apontam.
Só Notícias/Herbert de Souza e Lucas Torres, de Sorriso (foto: Só Notícias/Lucas Torres)