Uma equipe da Polícia Militar foi acionada para verificar uma ocorrência de discussão entre pais, mas quando chegaram à residência da família, no bairro Colinas Verdejantes, em Várzea Grande, perceberam que a situação não era caso de polícia, mas sim, de solidariedade. O desentendimento havia sido motivado pela falta de alimentos em casa. O pouco que ainda restava teria sido furtado juntamente com um botijão de gás. O casal precisava sustentar um bebê de pouco mais de um ano de vida e duas crianças de seis e 12 anos de idade.
Segundo informações da assessoria de imprensa, vizinhos denunciaram que o casal estava discutindo alto dentro de casa. Diante da triste situação, os policiais tentaram acalmar o casal. Mas como perceberam que a situação de vulnerabilidade social da família era grave, decidiram ir a um supermercado do bairro e comprar cestas básicas para doar para a família. A ação dos quatro policiais sensibilizou o proprietário do supermercado, que ao perceber que eles estavam comprando para ajudar a família, também quis contribuir.
O cabo Mauro Sérgio Crispim relata que a situação do casal discutindo desesperado porque o pouco que tinham foi levado era muito comovente. “Quando vimos eles desesperados porque levaram o gás e os alimentos que eram para as crianças, ficamos muito tristes por vê pessoas sofrendo assim. A gente percebeu que eram pessoas boas e que estão passando por momentos difíceis. Prender porque eles estavam discutindo não iria ajudar em nada. Nem dinheiro para irem à delegacia eles tinham. Eles estavam preocupados com o que dar de almoço para os filhos. Antes de eu ser policial, sofri muito também, sei como doí a fome, não podemos ignorar o sofrimento deles”, conta emocionado o policial.
A equipe da PM lembra da alegria e do alívio da família ao receber as doações. Cabo Crispim conta ainda que uma das filhas do casal disse a eles que o sonho dela era ganhar uma bicicleta.
“Estivemos esta semana visitando a família e a menininha me disse que o sonho dela era ter uma bicicleta. Estamos buscando dar essa alegria para ela e a família. Agora eles ficam esperando a viatura passar na rua, quando passamos eles sorriem para gente. Isso para nós policiais não têm preço, saber que a população confia na gente e a sociedade saber que somos humanos, pais de família e que não é fácil para ninguém, mas que juntos podemos ajudar uns aos outros”, ressalta o militar.