Mais uma planta frigorífica será reaberta em Mato Grosso. Seguindo a diretriz de gerar oportunidades, o Governo do Estado tem trabalhado para criar políticas de incentivos para o desenvolvimento da economia e a valorização da carne bovina e suína mato-grossense. Com esse objetivo, o governador em exercício Carlos Fávaro recebeu, nesta quarta-feira (03), o presidente, Luciano Pascom, e o diretor operacional do grupo Frigol, Orlando Negrão, quarto principal frigorífico do país, que acabou de arrendar a planta frigorifica do município de Juruena (896 km de Cuiabá), da família Durli.
A planta empregará, de imediato, 450 trabalhadores da região e receberá investimentos, nesse primeiro momento, da ordem de R$ 10 milhões. O presidente do Frigol comentou que a expectativa é que a planta em Juruena comece a operar no dia 19 de fevereiro. Mato Grosso será o quarto estado que o grupo terá unidade. "Nós já tínhamos interesse em arrendar, estava em processo de conversação com a JBS no ano passado. A expectativa é que sejam abatidas 15 a 18 mil cabeças por mês quando a planta estiver em operação", comentou Pascom. O grupo tem unidades em São Paulo (Lençóis Paulista), Pará (São Félix do Xingu e Água Azul do Norte), Goiás (Cachoeira Alta) e, agora, Mato Grosso (Juruena).
O governador em exercício lembrou a crise que o setor pecuarista vivenciou em 2017, começando com a Operação Carne Fraca, que tinha como finalidade combater a corrupção, porém, afetou a imagem do setor questionando a qualidade da carne brasileira. "Isso é inquestionável. Para se ter uma ideia, a Vigilância Sanitária do nosso país tem 102 anos de atuação", disse Fávaro. Segundo ele, para ajudar o setor a atravessar as crises, como medida emergencial, o Governo do Estado alterou, de forma momentânea, a alíquota da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para a transferência de gado em pé de Mato Grosso para outros estados. A redução foi de 7% para 2,5%.
"Isso tudo fez com que o governo e o setor buscassem investimentos para Mato Grosso e todo esse trabalho fez com que oito plantas frigoríficas fossem reabertas em 2017. E agora a planta frigorífica de Juruena, que estava paralisada há mais de cinco anos, deverá ser reaberta em fevereiro. A nossa vocação é produzir comida, carne e verticalizar. E o governo está disposto a isso", observou Fávaro.
Serão gerados de forma imediata 450 empregos diretos, podendo em seis meses alcançar 600 postos de trabalhos, destaca o diretor operacional Orlando Negrão. "Já foram contratadas 50 pessoas que foram para o Pará para receber treinamento e mossa meta é que 90% dos trabalhadores da região ocupem as vagas". Em 2017 a companhia faturou R$ 1,5 bilhão. Sua capacidade de exploração é de 80 mil animais por mês. Também é a segunda maior abatedora de Angus do Brasil.
O secretário de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Carlos Avalone, frisou que a Secretaria é a maior parceria desses investimentos, sendo a porta de entrada, e que além da redução para 2,5% do ICMS, entende que é possível melhorar os incentivos para a reabertura desses frigoríficos que estão fechados. A medida já foi autorizada pelo governador Pedro Taques e pelo vice Carlos Fávaro.
"Após um período de “monopólio“, vários frigoríficos ficaram com linhas de produção defasadas e, portanto, necessitam de investimento na modernização do parque de máquinas para reabrir as plantas. Para isso, o governo lançou mão do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic), por meio do qual as empresas terão até 10 anos para pagar parte do ICMS que deverão".
O presidente do Sindicato Rural de Cuiabá, Jorge Pires, destacou a importância dessas reuniões para reabertura das plantas. "É ruim ficar totalmente dependente de um grupo. Empresas que têm tradição e que são pequenas e médias encontram em Mato Grosso um mercado potencial. Então estamos satisfeitos de trazê-los aqui no governo".
Participaram da reunião também o superintendente do Ministério da Agricultura, José Guareski, o secretário de Infraestrutura e Logística, Marcelo Duarte, o diretor administrativo do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Gilberto Gomes da Silva.
Funcionamento
Para o funcionamento, a planta frigorífica precisa de licenças ambientais. O governador em exercício encaminhou os empresários para uma reunião com o secretário de Estado de Meio Ambiente, André Baby, para que os processos tenham agilidade. O secretário explica que o primeiro passo do empreendedor é retomar o licenciamento ambiental e a outorga do uso da água junto à Sema. "É importante destacar que a secretaria se empenhará para acompanhar o processo, oferecendo a celeridade devida que vai estar aliada à responsabilidade ambiental".