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Quase 300 casos de estupro de vulnerável são registrados em MT no 1º trimestre deste ano

Número de crimes contra crianças pode ser ainda maior, já que desde o início do isolamento social, as denúncias nos Conselhos Tutelares e nas delegacias diminuíram.

Data: Quinta-feira, 07/05/2020 14:49
Fonte: G1 MT

No primeiro trimestre deste ano foram registrados em Mato Grosso, 296 casos de estupro de vulnerável, segundo a Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp). O número de crimes contra crianças pode ser ainda maior, já que desde o início do isolamento social, as denúncias nos Conselhos Tutelares e nas delegacias diminuíram.

Cuiabá tem seis unidades do Conselho Tutelar para atender menores vítimas de abuso e violência doméstica. Antes do início da pandemia, eram registrados em média 5 a 10 casos por dia. Com o isolamento social, a procura caiu.

O coordenador dos Conselhos Tutelares de Cuiabá, Davino Mário de Arruda, disse que a situação ainda preocupa os conselheiros, porque a maioria das denúncias eram feitas pelas escolas, mas agora estão fechadas.

“Em todas as unidades de atendimento, uma das maiores demandas que temos nos primeiros meses do ano são creches e escolas, mas estão fechadas. Os outros casos menos complexos, pelo nosso telefone e e-mail, fazemos o atendimento, a orientação e o aconselhamento. Vindo para cá efetivamente, só os casos mais complexos, no qual a violação é bastante cruel contra o direito da criança e do adolescente. Nesse caso, agimos de forma imediata”, afirma.

As unidades estão se revezando para manter plantões de 24 horas e os casos mais graves são encaminhados para a Promotoria da Infância e da Juventude com pedido de medidas protetivas.

“Para os casos de urgência como abuso, espancamento e abandono de incapaz, a gente registra um boletim de ocorrência, faz o exame de corpo de delito e logo em seguida encaminhamos um relatório para a Promotoria de Proteção de Infância e Juventude da capital”, conta Fábio.

Na semana passada, um homem de 68 anos foi preso em Cuiabá acusado de abusar de três menores. Entre elas, a própria filha de 14 anos. Em Várzea Grande, os registros também caíram.

Segundo a polícia, aumentou também a dificuldade para que as denúncias cheguem até a delegacia. A situação é ainda mais complicada nas famílias de baixa renda, pois às vezes falta dinheiro até para se locomover.

O delegado Cláudio Santana conta que os canais de comunicação foram ampliados para conseguir atender a demanda.

O boletim de ocorrência pode ser feito em qualquer delegacia do estado e não é só nas delegacias especializadas, assim como pela delegacia virtual.

"Nós temos também o telefone, o disque 180, disque 100 e o disque 197, que é o número da Polícia Civil. E se o crime está acontecendo naquele exato momento, a pessoa pode acionar a polícia através do 190 e a viatura que estiver mais próxima será encaminhada para verificar o acontecimento naquele local”, afirma.

Além da denúncia, também é importante observar o comportamento da criança. Qualquer alteração pode ser um indício de abuso sexual.