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O COVID-19 COMO DIVISOR DE ÁGUAS PARA O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Fato é que a Sistemática da Educação evoluiu 20 anos em apenas 30 dias

Data: Quinta-feira, 07/05/2020 22:49
Fonte: Clodis Antonio Menegaz

Por LIZZIANE M. LIMA

   O mundo tem enfrentado nos últimos meses muitas mudanças nas mais diversas áreas do conhecimento devido a epidemia causada pela COVID-19 e nesse contexto a educação tem sofrido grandes impactos. Dentre vários aspectos que envolvem a área, um chama muito a atenção, a formação de professores para atuar em um cenário que, por vezes, foi palco de resistência no âmbito educacional, o ensino a distância e a utilização de suas ferramentas.

   Nesses dias tenebrosos temos visto que os professores vêm trabalhando em prol de oferecer a seus alunos o melhor que eles podem! Sim o melhor que eles podem para o momento! E aqui faço uma pergunta para reflexão: quantos professores foram preparados para enfrentar todas essas mudanças?

   Será que a proposta de formação de professores está adequada e contempla todos esses aspectos voltados a utilização de novas tecnologias?

   Muitos docentes, principalmente aqueles da educação básica, tem se reinventado para atender as premissas desse ensino que, por ora, se faz tão premente. A utilização de aulas remotas para atender a essa demanda emergencial tem abalado a dinâmica educacional, suprimindo as aulas presenciais e impactando todos os setores, desde a gestão até os profissionais que apoiam o ensino.

   Mas a discussão que vem a tona é se realmente esses profissionais foram e estão sendo preparados para atender a essa demanda global, onde a tecnologia é a protagonista.  Será que os professores foram e estão sendo formados para atuarem numa educação onde crianças são nativas tecnológicas, num mundo conectado onde se fala em projetos colaborativos desenvolvidos pelos alunos, trilhas de aprendizagem, onde o professor não é mais o centro e sim o meio, incentivando e orientando, utilizando metodologias ativas para proporcionar melhores condições de aprendizagem, será que as Diretrizes Curriculares Nacionais para formação desse profissional estão adequadas? Será a pandemia um divisor de águas no processo de formação desse profissional?

   Muito se discute sobre a formação de professores, mas no momento atual a educação passa por um processo de adaptação onde cada profissional, imbuído do sentimento do prazer pelo ensinar misturado com a insegurança de aprender, vai se moldando às novas demandas e se adaptando a “novas” formas de ensinar e aprendendo sempre um pouco mais daquilo que sua formação de base não lhe proporcionou.

   Muitos profissionais (professores ou não) foram contaminados pelo vírus da necessidade de aprender! Aprender novas formas de aprender, de ter idéias, de serem proativos, de se reinventarem, de saberem o valor de cada profissão e de cada profissional e nesse contexto urge a necessidade de revisitar a formação do professor, ressignificar seu brilhante papel social e profissional e atuar em busca de melhorias constantes para sua formação.

  Existe um mundo pré e pós pandemia que não podemos ignorar, em todos os contextos, em todas as áreas, em todas as profissões, mas é emergente a necessidade de repensar as formas de ensinar e aprender e, principalmente, de considerar a importância de novos modelos de formação de professores para a educação no Brasil, para assim avançarmos rumo a esse novo mundo que se faz presente.

 

Licenciatura em Pedagogia, Bacharel em Direito, especialista em Educação a distância e especialista em Direito e Gestão Educacional.