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Casal e filho de 1 ano e oito meses se curam do novo coronavírus em Piracicaba: 'não é uma gripezinha'

Fonoaudióloga relata medo, tratamento à base de hidroxicloroquina e revela que o filho foi o menos afetado: 'dois dias de febre e não teve mais nada'

Data: Sexta-feira, 08/05/2020 10:34
Fonte: G1

“Não é brincadeira e não é uma gripezinha também”, alerta a fonoaudióloga Cintia Maria Chagas Barrientos, de 37 anos, a respeito da Covid-19, provocada pelo novo coronavírus.

Moradores de de Piracicaba (SP), ela, o marido e o filho do casal, de 1 ano e oito meses, foram diagnosticados com a doença e se curaram. O pequeno Lucas foi o que menos teve sintomas: “dois dias de febre e não teve mais nada”, comemora a mãe.

A fonoaudióloga diz que os primeiros sintomas foram apresentados pelo marido, Thiago Guimarães Barrientos, fisioterapeuta de 35 anos.

“A suspeita é de que que seja do hospital [onde ele teria sido contaminado], porque meu marido é fisioterapeuta na Santa Casa. Ele trabalha na parte de fisio respiratória, mas não teve contato com ninguém confirmado, mas ele está dentro do hospital”, explica Cintia.

 

A partir dos últimos dias de março, ele passou a ter febre, dores de cabeça, no corpo, nos olhos e nos músculos. “Tanto é que estava com suspeita de dengue. Tosse e dor de garganta não teve. E depois ele perdeu o olfato e paladar”, detalha a esposa.

Depois de dois dias, ela passou a apresentar tosse, dor de garganta, febre e também a falta do olfato e paladar. Após mais dois dias, o filho teve febre. Todos foram diagnosticados com a Covid-19 e fizeram uma quarentena de cerca de 20 dias.

 

“Quando o meu deu positivo, já fiquei com medo porque a gente estava lendo as notícias. Quando meu filho começou a ficar com febre, fiquei bem nervosa, mas aí entrei em contato com a pediatra dele, mas ela pediu pra eu ficar calma e observar dificuldades respiratórias”, relata. Não houve agravamento no quadro de saúde.

 

 
Hidroxicloroquina vem sendo utilizada em pacientes acometidos de infecção por Covid-19.  — Foto: Agência Pará

Hidroxicloroquina vem sendo utilizada em pacientes acometidos de infecção por Covid-19. — Foto: Agência Pará

No caso de Cintia, ela foi tratada durante cinco dias com hidroxicloroquina, medicamento ainda testes contra a doença, e azitromicina, que previne contra infecções oportunistas.

“Só que meu marido não. Quando ele fez o teste, já estava com uma semana de sintomas, então o médico achou que não precisava da medicação porque estavam mais tranquilos os sintomas dele. Meu filho também não tomou nada”, acrescenta.

 

Curados, ambos voltaram aos seus postos de trabalho no último dia 27 de abril. “Meu marido faz uns 10 dias [que se curou] e o meu já vai fazer duas semanas, porque o dele demorou mais pra dar negativado. Ele teve que repetir duas vezes [o teste]”, conta a fonoaudióloga, que trabalha na medicina preventiva da Unimed.

 

‘Não é brincadeira’

 

Cintia reforça a necessidade da prevenção e do isolamento social como armas contra a doença.

 

“É uma coisa que parece que não vai acontecer com a gente, mas acontece e é bem grave, porque a gente tem que se isolar de todo mundo, de pai, mãe, irmão, não dá pra ir ao supermercado, então a prevenção é a única solução”, recomenda.

 

Ela cita os receios e os desconfortos físicos causados pela doença. “Não é brincadeira e não é uma gripezinha também, porque o olfato e paladar demoraram 15 dias para voltar. Então, a gente fica com esse desconforto, com muita dor de cabeça, e querendo ou não a gente fica com medo pelos outros, nossos avós, nossos pais que são mais velhos e acabam ficando com nossos filhos. É pensar no outro, ter a empatia e aderir a toda a prevenção. Então, é sério”.