A morte da menina Mirela Poliane Chue de Oliveira, de 11 anos, que foi envenenada pela madrasta dela, em Cuiabá, completa um ano neste domingo (14). A madrasta Jaira Gonçalves de Arruda, de 42 anos, foi indiciada por homicídio qualificado pela morte da criança.
As investigações da Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica) apontaram que Jaira cometeu o crime para conseguir a herança da vítima, de R$ 800 mil.
“Está fazendo um ano que a minha neta se foi. Precisamos lutar pela justiça e vamos continuar lutando. Cremos que a Justiça será feita. A família espera por isso. O que essa mulher fez na vida da família toda foi uma grande tristeza”, declarou a avó.
A investigação apontou que a madrasta deu doses diárias de veneno para a menina durante dois meses. Uma substância de venda proibida foi ministrada gota a gota, entre abril e junho deste ano, de acordo com a Deddica.
A Justiça de Mato Grosso começou as audiências do caso, mas os procedimentos foram suspensos por causa da pandemia do coronavírus.
A madrasta está presa na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, desde setembro de 2019.
Motivação
A menina tinha direito a uma indenização pela morte da mãe durante o parto, decorrente de erro médico em um hospital da capital. A ação foi movida pelos avós maternos da criança. Em 2019, após 10 anos, o processo foi encerrado, e o hospital foi condenado a pagar uma indenização de R$ 800 mil à família, já descontando os honorários advocatícios.
Parte do dinheiro ficaria depositada em uma conta para a menina movimentar na idade adulta. A Justiça autorizou que fosse usada uma pequena parte desse fundo para despesas da criança, mas a maior quantia só poderia ser acessada aos 24 anos.
Mirella foi criada pelos avós paternos até 2017. Entretanto, após a morte deles, passou a ser criada pelo pai e pela madrasta. A partir daí, a mulher deu início ao plano de matar a criança para ficar com a indenização, segundo investigadores.