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Prefeito diz que não é justo fechar as duas maiores cidades de MT e não descarta recorrer de decisão

O receio do prefeito é de que a medida gere um colapso econômico e social em Cuiabá e Várzea Grande.

Data: Terça-feira, 23/06/2020 22:16
Fonte: G1 MT

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), defendeu que a decisão do juiz José Leite Lindote de decretar em Cuiabá a quarentena coletiva obrigatória, por 15 dias, se estenda para todos os municípios de Mato Grosso. Caso o pedido não seja atendido, a Prefeitura de Cuiabá entrará com um recurso para que seja revisto o ato do magistrado titular da Vara Especializada da Saúde Pública de Mato Grosso. O receio do prefeito é de que a medida gere um colapso econômico e social em Cuiabá e Várzea Grande.

O prefeito explica que, desde o início da pandemia, o município não tem se furtado de colocar em prática as ações consideradas necessárias para preservação da saúde pública, mesmo que consideradas rigorosas. Dessa forma, conforme ele, não é justo que a medida seja aplicado na capital, quando o problema está na falta de estrutura de saúde enfrentada pelo interior do estado, que acaba refletindo em Cuiabá.

Nesse período de pandemia do novo coronavírus, os dados da Secretaria Municipal de Saúde demonstram que 60% dos leitos de UTIs destinados para esses pacientes são ocupados pela população do interior. Além disso, a taxa de crescimento de casos na capital nos últimos sete dias, é de 5,7%, continua abaixo da taxa total de Mato Grosso, que atingiu 7%. Nos últimos 14 dias, o número é de 5,6%, para Cuiabá, e 6,5%, para Mato Grosso.

Para Emanuel, os números demonstram uma clara “interiorização” do vírus. “Cuiabá fez o dever de casa e querem que paguemos o preço por quem não fez. Isso não é justo. Se tivermos que decretar o lockdown, que façamos no estado inteiro. Não tem sentido prender a população dentro de casa, tirar o seu emprego, quebrar as empresas da nossa capital. Não é justo aplicar tudo isso em Cuiabá e deixar aberto o restante do estado”, destaca Emanuel.

O prefeito ressalta ainda que não adianta fechar Cuiabá e Várzea Grande, se grande parte de demanda do interior do estado continuará sendo transferida para a capital. “O SUS é universal e estamos de portas abertas para atender todos os munícipes. Todavia, que respeitem a nossa capital e não a prejudiquem. Cuiabá está sufocada e, caso confirme essa decisão, será tremendamente penalizada”, completa.

Para combater o avanço da pandemia, o município já tomou uma série de medidas a partir das deliberações do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus e com base os protocolos técnico-científicos de biossegurança das principais entidades de saúde. Nesse período, foi determinado, por exemplo, a suspensão de diversas atividades econômicas locais, com exceção das consideradas essenciais para a população.

Todos os cuidados também foram tomados na retomada gradual do funcionamento desses comércios, impondo, inclusive, uma série de providências para que os estabelecimentos adotassem na reabertura. Além disso, ações como fechamento dos parques municipais, criação de uma equipe unificada de fiscalização, suspensão das atividades presenciais na rede pública e privada de ensino, e a implantação do toque de recolher, no período das 22h30 às 5h, também foram implantadas