O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha afirmou ao Conexão Poder, que mesmo que um paciente, em tratamento de coronavírus, consiga uma liminar judicial determinando que ele seja transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a Justiça não tem como garantir que a medida seja atendida, visto a falta de leitos de UTI em geral para covid-19.
A solução, segundo o presidente, em Mato Grosso e todo o país, foge da alçada da Justiça.
“Infelizmente, hoje a situação está tão grave em diversas regiões do país, que a solução está muito longe de uma liminar concedida pela Justiça”, comentou.
Até a tarde de quinta-feira (02), Mato Grosso tinha 65 pacientes com covid-19 esperando um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na rede pública de saúde.
A situação das unidades privadas na Capital era ainda pior, pois não havia mais vagas. As UTIs estavam 100% ocupadas. O dado foi divulgado pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Mato Grosso (Sindessmat).
Um paciente, que possui plano de saúde do local onde trabalha, conseguiu transferência de São José do Rio Claro para Campo Grande (MS), de UTI aérea, devido à falta de vagas.
O último boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) na quinta-feira (2), apontava que restavam apenas 14 leitos de UTI disponíveis no Estado. A ocupação era de 94%.