Secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, apresentou dados alarmantes aos membros da comissão de retorno das aulas, da Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira (13). Afirmou que a previsão é que Mato Grosso enfrente problemas com a covid-19 até janeiro de 2021, que o pico de contaminação do novo coronavírus deve ocorrer em agosto e o número de mortes vai crescer até setembro. Além disso, o Estado prevê o crescimento de 30% no números de mortes nos próximos dias.
Com indicadores ruins para os próximos meses, o secretário de Saúde e a secretária de Estado de Educação, Marioneide Angélica Kliemaschewsk, descartam a possibilidade de retorno das aulas em curto prazo.
“As ocupações dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva, no último final de semana, atingiram 98%. A curva de crescimento da infecção da Covid-19 já ultrapassou a capacidade hospitalar e ainda deve continuar ao longo do mês de julho, de forma crescente. Mato Grosso terá um período desconfortável pela frente. Por isso. não vislumbro a curto prazo a volta às aulas com segurança; sem colapsar ainda mais o sistema de saúde”, disse Figueiredo.
“Não há o que se falar no momento sobre retomada de aulas presenciais. A Seduc está desenvolvendo com assessores e professores aplicativos que possam efetivar as aulas por meio on-line. A Seduc está trabalhando para levar aulas de qualidade aos estudantes e estamos abertos às sugestões das entidades, pois é necessário que os estudantes retomem o calendário escolar”, acrescentou Maioneide.
O presidente da comissão especial, deputado Valdir Barranco, lembrou que o período de queimadas e estiagem que a população deve enfrentar nos próximos meses pode ser mais um agravante do quadro.
Presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga, relatou a preocupação dos gestores municipais com o retorno das atividades escolares em todo o estado. Fraga ressaltou que os prefeitos estão preocupados com o impacto do possível retorno em agosto. “Diante dos dados apresentados pela SES, não vislumbramos a possibilidade de um retorno seguro no início de agosto, conforme plano apresentado pela Secretaria de Estado de Educação”, disse.
“Em agosto começam as campanhas eleitorais nos municípios, o que pode aumentar o número de contaminados e da necessidade de leitos. Além disso, precisamos de um protocolo sanitário para orientar os gestores, que precisarão de tempo para adequar as estruturas físicas das escolas e o transporte escolar”, acrescentou.