Dados do Informe Epidemiológico sobre a Covid-19, divulgados na terça-feira (14) pela Prefeitura de Cuiabá, com apoio de pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso, mostram que mais da metade das mortes por coronavírus em Cuiabá ocorreu nas duas últimas semanas. Os dados compreendem o período de 14 de março a 11 de julho de 2020.
Na última semana do informe (05 a 11 de julho), foram 82 óbitos, o que representou um aumento de 35,5%. A média foi de 12 mortes por dia, na capital mato-grossense.
Desde a notificação do primeiro óbito em 15 de abril (Semana 16) até 11 de julho (Semana 28) foram registrados 500 óbitos em Cuiabá, sendo 313 óbitos em residentes na capital, resultando em taxa de letalidade de 5,0%, mais alta que a de Mato Grosso (3,6%) e ainda mais elevada que a do país (3,8%).
Do total de óbitos em residentes, 82 ocorreram nesta última semana, com cerca de 12 óbitos/dia, verificando-se praticamente o mesmo número de mortes da semana anterior.
Embora o número de casos cresça a 30,5% entre residentes, quando comparado à última semana, praticamente não houve crescimento do número de óbitos por Covid-19, apesar de ter sido o maior número registrado em uma semana desde o início da epidemia na capital.
Destacamos que nestas duas últimas semanas (de 28 de junho a 11 de julho) ocorreram 214 óbitos, isto é, mais da metade (52,1%) dos registrados desde 15 de abril.
Cerca de 81% dos óbitos concentram-se no último mês (14 de junho a 11 de julho) representando crescimento de 440% (tendo em vista que até 13 de junho haviam sido registrados 58 mortes por coronavírus de residentes em Cuiabá).
O secretário de Estado de Saúde Gilberto Figueiredo afirmou que Mato Grosso vai conviver com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) pelo menos até o mês de novembro, por opção da população que não cumpre as medidas de isolamento e os cuidados para não serem infectados.
Gilberto afirmou que a doença avança como uma ‘nuvem de gafanhotos’, vindo do sudeste em direção ao interior do Brasil. Por este motivo, os estados do Centro-Oeste enfrentam aumento exponencial no número de casos e mortes pela doença.
“Estancar as mortes não depende de abertura de leito de UTI. Estatisticamente uma porcentagem das pessoas infectadas irão a óbito, como não existe hoje medicamento exclusivo. Pelo menos 40% dos que vão para leitos de UTI acabam não resistindo, principalmente os que tem idade avançada ou comorbidades”, afirmou.