Estudantes da rede pública estadual fazem abaixo-assinado online contra o retorno das aulas de forma não presencial a partir do dia 03 de agosto.
A proposta foi anunciada pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) no início do mês. As aulas não presenciais serão computadas como carga horária letiva e serão disponibilizados de forma online (através de vídeo-aula) e off-line (entrega de apostilas impressas para os alunos que não têm acesso à internet).
No abaixo-assinado o grupo cita que é contra a desigualdade e falta de respeito com os estudantes e professores. Destaca que nem todos os alunos têm internet ou possuem computador, tablet ou celular para ter acesso às aulas online.
Além disso, o grupo destaca que há professores que não têm computador em casa, necessitando dos equipamentos das escolas que, segundo eles, são sucateados.
"Empurrar uma forma de ensino sem sucesso vai atrasar a educação ainda mais, vamos juntos lutar contra esse mal!", diz trecho do abaixo-assinado.
Nos comentários, professores e alunos se manifestam contra às aulas não presenciais.
"Sou contra essa forma de ensino, estamos enfrentando uma luta pela vida e sobrevivência, e nesse cenário não podemos optar por uma educação que dinamize as desigualdades sociais, sulbalternizando minorias", disse uma professora.
"Empurrar um ensino mais ou menos só trará dificuldades para os estudantes no futuro, como pretendem terem bons profissionais se não se importam com o ensino básico?", questionou uma internauta.
Até o fechamento desta matéria o abaixo-assinado tinha 1.593 assinaturas. A campanha conta com o apoio da União Estadual dos Estudantes de Mato Grosso (UEE-MT). Veja o abaixo-assinado
Aulas suspensas
As aulas na rede pública e privadas estão suspensas desde março, quando foram anunciadas as primeiras medidas de isolamento social para evitar a disseminação do novo coronavírus (Covid-19).
Críticas
Na Assembleia Legislativa há uma comissão que avalia o retorno das aulas no Estado. O presidente desta comissão, deputado Valdir Barranco (PT), criticou a decisão do governo de anunciar a retomada das aulas de forma não presencial a partir de agosto sem discutir com o grupo.
Ele comentou que o projeto é uma tragédia anunciada, pois foi construído a quatro paredes sem ampla discussão da sociedade e principalmente da comissão.