O Ministério Público Estadual (MPE) apontou no mandado de busca e apreensão, deferido pela juíza Cristiane Padim da Silva, da 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude da Comarca de Cuiabá, que o empresário Marcelo Cestari teria feito várias ligações a terceiros antes da chegada do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) à sua residência, no condomínio Alphaville, local em que a adolescente Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, foi morta por um disparo de arma de fogo supostamente acidental. Cestari é pai da adolescente que era amiga da vítima e assumiu a autoria do disparo
“O promotor de Justiça destacou que o genitor da investigada teria efetuado ligações para várias pessoas, as chamando para o local, havendo a possibilidade de terem chegado antes do Samu, perícia técnica e Polícia Civil. E apontou a importância de verificação dessas ligações e de eventuais mensagens. Registrou, ainda, a necessidade de conferência das ligações do celular do investigado e imprescindibilidade da perícia complementar para constatar onde o disparo ocorreu. Por fim, destacou que as diligências serão úteis para classificação adequada da conduta, se culposa ou dolosa”, diz trecho do mandato.
A ordem foi cumprida na última sexta-feira (17), no local onde Isabele foi morta e também na casa do namorado da menor responsável pelo disparo. O rapaz, de 16 anos, é quem teria levado a arma para o Alphaville. A pistola, uma PT 380, era de Glauco Fernando Mesquita Correa da Costa, pai do jovem.
O adolescente e seu pai foram ouvidos na segunda-feira (20) pelo delegado Wagner Bassi, da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA). No depoimento, segundo os advogados que patrocinam sua defesa, eles entregaram espontaneamente imagens de câmeras de segurança e senhas de celulares da família.
Nesta quarta-feira (22), conforme divulgado pelo Olhar Direto, dois delegados e um promotor do MPE se reuniram na Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) para analisar um laudo preliminar sobre a morte da adolescente Isabele Guimarães Ramos.
Informações preliminares apontam que o tiro teria sido dado em linha reta e que existiria a presença de pólvora na vítima, apontando que o disparo teria sido feito de curta distância. Porém, a Politec informou que ainda não existe laudo definitivo pronto e que ele deve ser finalizado apenas na próxima semana.
A reportagem ainda apurou que, apesar de a perícia ter mostrado que o disparo foi de curta distância, ainda não há qualquer conclusão que aponte para homicídio.