Vexame histórico do São Paulo.
O clube, com seu elenco milionário, com Daniel Alves, Pato, Hernanes, conseguiu ser eliminado pelo modesto Mirassol, que dispensou 18 jogadores por conta da pandemia. Oito deles titulares.
Mesmo assim, conseguiu tirar o time de Fernando Diniz do Campeonato Paulista.
Em pleno Morumbi, a equipe interiorana venceu por 3 a 2 e se classificou para a semifinal do estadual.
O São Paulo chega a oito anos de jejum.
Nenhum campeonato que disputará, Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores, terminará em 2020.
A última conquista foi a Copa Sul-Americana em 2012.
Foi um desastre.
Mas e que coroa o pior presidente da história do clube.
O inseguro Carlos Augusto Barros e Silva transformou o São Paulo em um alucinado balcão de negócios. Desde que assumiu em 2015, vendeu e comprou jogadores de forma alucinada, sem sentido.
O resultado são cinco anos de equipes sem rumo, colecionando vexames e mais vexames.
"A gente não devia ter perdido em casa. Não conseguimos fazer o que tínhamos que fazer. Fomos penalizados. Foram três chutes no gol, eles tiveram a felicidade, mérito do Mirassol.
"Temos que corrigir.
"Não voltamos como terminamos (antes da pandemia). Infelizmente não conseguimos a classificação.
"Não estou preocupado em ter paz agora, estou preocupado em trabalhar. Temos que absorver a derrota.
"Temos que dar a volta por cima, não ficar lamentando", desabafava Fernando Diniz, após mais um campeonato perdido.
Outra vez, o São Paulo foi o mesmo, desde que Diniz assumiu.
Uma equipe superestimada.
Que consegue ter mais posse de bola em relação aos adversários, chuta mais a gol, só que é ingênua, fraca, amadora na marcação.
E acumula derrotas em jogos fundamentais, como o de hoje.
Mesmo enfrentando equipes muito inferiores.
O exemplo vem na declaração espontânea, assustadora até de Zé Roberto, do Mirassol, autor de dois gols.
"Nem nos meus melhores sonhos pensei nisso. Eu vim para treinar, na verdade. Vim dos Emirados. Acabou que ia jogar os dois primeiros jogos, mas não deu certo. Classificamos.
"De madrugada me ligaram, peguei o voo, cheguei ontem, treinei e pude fazer dois gols. Só agradecer a Deus mesmo, minha família, minha namorada, todos juntos comigo."
Sim, isso mesmo.
O atacante do Mirassol chegou ontem no clube. E para treinar, já que estava parado. Com toda a liberdade marcou dois gols contra o time de Fernando Diniz.
Inaceitável para um clube tricampeão do mundo.
O treinador Ricardo Catalá fez o óbvio.
Para quem tinha um elenco desfigurado, que perdeu 18 jogadores, oito titulares. Tratou de montar taticamente sua equipe como uma criança de nove anos esperaria.
Com duas linhas fechando a intermediária, pronta para os contragolpes.
O São Paulo entrou em campo de forma arrogante, tocando a bola para o lado, sem competitividade. Acreditando que golearia sem esforço.
E em 31 minutos estava perdendo por 2 a 0.
Aos 19 minutos, Zé Roberto cabeceou livre para as redes.
E aos 31 minutos, Juninho se aproveitou que Reinaldo estava preocupado apenas em atacar, se aproveitou do corredor aberto. Invadiu pela direita e cruzou para Zé Roberto, desfrutando a lentidão de Juanfran, que não correu o suficiente para cobrir seu setor.
O São Paulo partiu, desesperado, de vez para a frente.
O time interiorano se encolheu demais.
Deixou livre o jogador mais consciente do São Paulo, Vitor Bueno.
Foi ele quem cruzou na cabeça de Pablo, que obrigou Kewin a excelente defesa, mas o próprio Pablo pegou o rebote. 2 a 1, aos 35 minutos.
O Mirassol estava desnorteado, o São Paulo ganhou confiança.
E um minuto depois, em um chute belíssimo de Vitor Bueno, o empate 2 a 2.