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Padre Ramiro Perotto de Carlinda vai ser investigado por apologia ao estupro.

"Menina gostava de dar" afirmou o religioso.

Data: Sexta-feira, 21/08/2020 21:17
Fonte: Folhamax

O Ministério Público do Estado (MPMT) pediu que a Polícia Judiciária Civil (PJC) abra um inquérito para apurar supostos atos criminosos do padre Ramiro José Perotto, diácono que atua em Carlinda (756 KM de Cuiabá). O órgão ministerial aponta a suposta prática de apologia ao estupro.

O pedido de investigação surgiu após Perotto comentar em suas redes sociais que uma menina de 10 anos de idade, que era estuprada desde os 6 pelo próprio tio, “gosta de dar”. Após ficar grávida a criança realizou um aborto com autorização judicial.
A promotora de justiça Laís Rezende assina o pedido de investigação. De acordo com informações, o órgão ministerial enviou um ofício à Igreja Católica para informar quais providências administrativas foram tomadas contra o padre.

ESTUPRO DE VULNERÁVEL

 No início desta semana, o padre Ramiro José Perotto chocou a sociedade mato-grossense ao criticar o aborto realizado por uma criança moradora do Espírito Santo, estuprada desde os 6 anos de idade. Ela teve que realizar o procedimento, autorizado pela Justiça, somente na cidade Recife após um hospital ligado à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) se recusar a cumprir a decisão judicial.

Ramiro José Perotto somou-se a pessoas e grupos religiosos ultraconservadores, de todo o Brasil, para atacar a criança, dizendo nas redes sociais que a vítima infantil “gosta de dar”.

“Você acredita que a menina é inocente? Acredita em papai Noel também. 6 anos, por 4 anos e não disse nada. Ela compactuou com tudo e agora é menina inocente. Gosta de dar então assuma as consequências”, disse ele.

Após os comentários, Perotto sofreu uma “enxurrada” de críticas nas próprias redes sociais e na internet. Ele excluiu sua conta no facebook e divulgou uma carta pedindo perdão “àqueles que se sentiram ofendidos”.

A criança estuprada deixou o hospital no Recife na última quarta-feira (19). De acordo com reportagens publicadas nos últimos dias, ela também recebeu presentes e apoio de vários outros grupos e pessoas que se sensibilizaram com sua história.