Um dos sobreviventes do confronto com policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) que deixou seis mortos, Rogério da Cruz Liberatori, de 24 anos, disse, em depoimento à Polícia Civil, que dois policiais militares que não fariam parte da investigação sobre o caso o procuraram quando ele estava no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).
Rogério levou um tiro na mão durante o tiroteio ocorrido no dia 29 de julho, em uma região já fora da área urbana de Cuiabá, perto do Bairro Jardim Itamaraty.
Rogério relatou que buscou atendimento na Policlínica do Verdão e que depois foi transferido para o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) e que lá foi procurado pelos policiais.
Segundo ele disse à polícia, os policiais perguntaram se ele era um dos homens da quadrilha cuja maioria dos membros foi morta no confronto e ele mentiu dizendo que não.
"Quando estava no hospital municipal de Cuiabá foi procurado por policiais militares fardados com uma farda camuflada (verde) e perguntaram para o depoente se ele estava envolvido na situação próxima ao Belvedere. Então a depoente falou que tinha levado um 'salve' no Bairro Ponte Nova", diz trecho do depoimento dele transcrito pela polícia.
A assessoria do hospital informou que vai apurar se a equipe de plantão naquele dia acionou a Polícia Militar pelo paciente ter chegado na unidade com ferimento causado por disparo de arma de fogo.
Já a Polícia Militar informou que na data do confronto, como desdobramento da ações da ocorrência, uma equipe da unidade esteve no hospital para checar informações sobre um possível suspeito de envolvimento no plano de roubo que, ferido, teria do entrado daquela unidade pública de saúde.
"Os policiais fizeram contato rápido com o homem uma vez que estava em atendimento médico, porém, esse negou qualquer envolvimento dizendo que sofrera uma agressão de integrantes de uma facção criminosa. Os policiais, então, retornaram para concluir os procedimentos de registro formal da ocorrência de confronto", diz a PM, em nota.
Rogério fazia parte da quadrilha que planejava assaltar a chácara de um político. Os criminosos tinham a informação de que havia a quantia milionária de R$ 500 mil, além de joias, ouro e pedras preciosas.
Outro sobrevivente do confronto também relatou à Polícia Civil que um segurança do político é quem teria passado as informações sobre o dinheiro.
Eles, no entanto, não souberam dizer quem seria esse político.
Segundo depoimento, as nove pessoas do grupo, incluindo um policial militar, estavam em três carros, armados com pistolas e revólveres e que, quando chegaram próximo ao local, um dos carros acelerou e começaram os tiros.
Seis pessoas morreram no local e outras fugiram.