O cacique Raoni Metuktire, de 89 anos, líder da etnia Kayapó, está internado desde sexta-feira (28) em um hospital de Sinop, a 503 km de Cuiabá, com coronavírus (Covid-19). Raoni é conhecido internacionalmente pela defesa dos direitos dos povos indígenas.
Em nota, o Instituto Raoni informou sobre a internação nesta segunda-feira (31). No mês de julho o cacique ficou internado por nove dias para tratar infecções no intestino.
"O motivo foi a constatação de alterações na taxa de leucócitos no sangue e sintomas de pneumonia. Exames específicos realizados-tomografia computadorizada e sorologia confirmaram Covid-19. Seu estado é bom, sem febre, respirando normalmente e sem ajuda de oxigênio", disse o instituto.
A equipe médica do Hospital Dois Pinheiros confirmou que o Cacique teve Covid-19 e que exames mostram presença de anticorpos.
A pedido da família, somente foi divulgado que, caso o quadro permaneça estável, o Cacique Raoni terá alta em breve.
Raoni Metuktire foi internado em um hospital de Colíder, no dia 16 de julho após passar mal. Já no dia 18 do mesmo mês ele foi transferido de avião para Sinop após complicações gastrointestinais e desidratação.
Segundo a direção do Instituto Raoni, o cacique apresentou um quadro depressivo após a morte da mulher dele, Bekwyjkà Metuktire, no dia 23 de junho, há um mês. Ela tinha diabetes e sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Ele recebeu alta médica nove dias depois.
O líder indígena é reconhecido internacionalmente pela luta que articula pelos povos indígenas. Em 1989, ele teve um encontro histórico com o cantor Sting durante o I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, em Altamira (PA).
Os dois se reencontraram em 2009 na cidade de São Paulo para conversar sobre a construção da Usina de Belo Monte.
Em novembro de 2012, Raoni foi recebido pelo presidente da França, François Hollande, no Palácio do Eliseu. Na ocasião, o cacique pedia a preservação da Amazônia e dos povos que vivem na região.
No ano passado, Raoni foi chamado pelo presidente Jair Bolsonaro de "peça de manobra" usada por governos estrangeiros para "avançar seus interesses na Amazônia".