Amigos e familiares do médico Gildo Dimas Faria, de 56 anos, estão rifando um celular Iphone 10 na tentativa de arrecadar dinheiro para quitar uma dívida de aproximadamente R$ 180 mil junto a um hospital particular de Cuiabá após ele ter sido internado em estado grave com Covid-19. São 4 mil rifas a R$ 20 cada uma.
Conforme familiares, o médico, que trabalha no Hospital Regional de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, e na UPA do Bairro Pascoal Ramos, na capital, não tem plano de saúde e foi infectado com o novo coronavírus enquanto cumpria os plantões.
Mesmo utilizando sempre equipamentos de proteção, Gildo testou positivo para a Covid-19 há quase 2 meses. À época, os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) bem como os leitos particulares em praticamente todo o estado estavam com taxa de ocupação de 100%.
Mesmo assim, Gildo procurou o primeiro atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Verdão. No local, foi medicado e voltou para a casa. No dia seguinte, porém, o médico passou mal novamente e voltou a buscar ajuda na UPA. Com um exame de tomografia, foi constatado que 75% dos pulmões estavam comprometidos devido à Covid-19.
Foi então que, precisando com urgência de um leito de UTI, Gildo foi internado em um hospital particular de Cuiabá, onde permaneceu por 23 dias, com o valor diário de R$ 8 mil.
Após receber alta hospitalar, o médico sofreu ainda com sequelas da doença. Precisou ser internado para uma cirurgia gastrointestinal com urgência, devido a complicações da Covid-19.
Quase dois meses após o início dos sintomas, já em casa, o médico não conseguiu retornar ao trabalho porque ainda se recupera.
A mulher e os dois filhos pequenos do casal também foram diagnosticados com a doença, mas apresentaram sintomas leves e conseguiram ser curados após cumprirem o isolamento domiciliar.