A médica Dieynne Saugo, de 33 anos, que foi picada por uma cobra jararaca quando tomava banho em uma cachoeira de Nobres, a 151 km de Cuiabá, agradeceu as orações e disse que já se sente vitoriosa pela sua recuperação.
Ela deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, na tarde desta segunda-feira (7), e segue na unidade semi-intensiva.
Dieynne foi picada pela cobra no dia 30 de agosto (veja vídeo abaixo). Ela ficou internada em estado grave por uma semana e foi transferida para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no dia 3 de setembro. No hospital da capital paulista, ela foi submetida a um teste de coronavírus, e o resultado foi positivo para a Covid-19.
A médica foi picada nas regiões do rosto e do pescoço, o que acabou comprometendo sua respiração devido ao inchaço. Dieynne precisou de transfusão de sangue e chegou a passar pelo procedimento de traqueostomia (pequena abertura na traqueia) para desobstruir as vias aéreas que estavam comprometidas em 70%.
"Gente do céu!!! Que susto foi esse?! 😱Cês já tão tudo sabendo né? A cobra 🐍 me picou (foram 3 picadas) e quase me mandou pro céu! Fiquei 9 dias na UTI, conversei muito com Deus, melhorei minha intimidade com ele e quando pedi uma resposta para tudo isso que estou passando, ele me disse: 'Fique em paz minha filha, ordenei uma equipe de anjos pra te salvar! Não se esqueça da sua missão e do seu propósito de vida! Siga firme e forte na FÉ!' E assim eu sigo: alimentando minha fé e já agradecendo pela minha vitória, porque em nome de Jesus eu JÁ ME SINTO VITORIOSA!", postou em uma rede social. Essa foi a primeira vez que a médica se pronunciou sobre o ocorrido — antes as atualizações no seu perfil estavam sendo feitos pela família.
Com o texto de agradecimento, a médica publicou uma foto em que aparece sorrindo deitada na cama do hospital, com o braço enfaixado. Na imagem, é possível ver a traqueostomia. Ela ainda tem dificuldades para falar por causa do procedimento.
Em um vídeo publicado na mesma rede social, a médica disse que era "a prova viva de que milagres existem".
Segundo a médica, foram três picadas. Antes, a equipe médica havia divulgado a informação de que foram duas picadas, ambas nas regiões do rosto e do pescoço.
A família da médica criou uma vaquinha para arrecadar dinheiro para arcar com os custos da transferência para São Paulo e pagar o hospital. A meta é arrecadar R$ 300 mil.
Segundo a família, já em São Paulo, no sábado (5), Dieynne pediu para que a enfermeira fizesse uma ligação aos seus familiares. Durante a chamada de vídeo, ela escreveu "orem por mim, amo vocês" em um papel e pediu para a família divulgar a mensagem para todos que torcem pela recuperação dela.
Antes de ser levada para São Paulo, Dieynne estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Complexo Hospitalar de Cuiabá.
A família decidiu transferi-la para São Paulo porque o hospital em Cuiabá estava lotado por causa da pandemia do coronavírus, e os médicos especialistas estavam sobrecarregados. Ela também foi infectada pela Covid-19.
Dieynne tomava banho com amigos na Cachoeira Serra Azul, em Nobres, durante um passeio no domingo (30), quando a cobra despencou com a queda d’água da cachoeira e atingiu a vítima. Ela foi picada duas vezes, no rosto e no pescoço.
No momento em que ocorreu o incidente, uma amiga gravava um vídeo no local e acabou registrando quando ela se assusta com o animal e grita ao ser picada (assista acima).
Ela deu entrada no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) vomitando sangue e com edemas. Após receber o soro antiofídico, ela foi encaminhada ao Complexo Hospitalar de Cuiabá — posteriormente, a família optou pela transferência para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
O local em que ocorreu o incidente fica a mais de 150 km do hospital. Foram cerca de 3 horas até chegar até a unidade de saúde para a aplicação do soro.
Em nota, o Parque Sesc Serra Azul, responsável pela atração turística, informou que a equipe de saúde da pousada foi chamada imediatamente, deu todas as orientações e está acompanhando o caso desde então.