Advogado da família Cestari usa mensagem de irmão de Isabele em defesa de atiradora
Data: Domingo, 13/09/2020 16:16
Fonte: Olhar Direto
Poucas horas após a morte da adolescente Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, ter acontecido em uma casa do condomínio Alphaville, em Cuiabá, o irmão da vítima entrou em contato com a amiga da vítima que teria cometido o disparo e escreveu: "Sei que está triste. Não foi culpa sua".
Essa mensagem do irmão mais novo da vítima consta do relatório da defesa da família Cestari, que é feita pelo advogado Arthur Osti. Ele, no documento encaminhado ao Ministério Público, tenta reverter a tese de que a morte tenha sido homicídio doloso e que a atiradora seja internada.
Segundo o documento que Olhar Direto teve acesso, o menor manda mensagem para a amiga da irmã dizendo que se "ela precisar falar, ele estará lá". Essa primeira mensagem é 01h42 da madrugada de 13 de julho. Isabele morreu um pouco mais cedo, às 22h49 de 12 de julho.
Às 03h26 ele volta a falar com a adolescente dizendo que queria conversar com ela, que sabia que ela estava triste e que "não foi culpa sua", se referindo ao caso do tiro. Essa conversa consta no documento do advogado, que frisa a seguinte defesa em seguida.
"O fardo é tamanho que, logo um dia após os fatos, a pessoa mais próxima da vítima, seu irmão, encaminhou à menor [atiradora] o seu sentimento de lamento, mas acima de tudo, de compreensão de que os fatos não decorreram de qualquer hipótese de assunção de riscos permitidos ou não permitidos por parte da mesma, concluindo tal qual a presente manifestação, que o resultado jamais poderia ser previsto", escreveu o advogado no documento ao Ministério Público.
Por conta disso, Arthur Osti reforça o pedido de clemência, ou seja, que ela não seja denunciada ou internada por conta do acontecido. "O fato é que a instrução processual, ao menos no que se refere a menor, pode ser evitada mediante a concessão da clemencia, nos moldes do que dispõe o artigo 126 do Estatuto da Criança e do Adolescente".
Mesmo com a defesa de Arthur, informações do Ministério Público é que os promotores do caso não aceitaram a nota de defesa e já encaminharam ao Judiciário o pedido de internação da adolescente, juntamente com o do seu pai. Por enquanto, não há informação se o processo em análise ou ainda continua aguardando a leitura do magistrado.
Para a Polícia Civil, a morte de Isabele Guimarães Ramos ocorreu de maneira dolosa, onde a atiradora, por ter conhecimento de armas, teve intenção de matar a adolescente, com um tiro no rosto e dentro do banheiro da mansão.
A situação de defesa também contesta tal informação, porém o próprio delegado Wagner Bassi ressaltou em coletiva que o motivo da morte é desconhecida, tendo em vista que apenas a atiradora poderá contar como e porque ocorreu tal ato.