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Vistoria encontra irregularidades e MP exige demissão da direção da UPA de Juína

Segundo o promotor, na UPA havia medicamentos vencidos e muitos fracionados sem a data de validade

Data: Quinta-feira, 17/09/2020 08:49
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O Ministério Público Estadual, por intermédio da promotoria de justiça cívil de Juína, exigiu a exclusão da diretora e enfermeira da UPA do município. O promotor de justiça cível Marcelo Ferreira Linhares, havia solicitado uma ação da vigilância sanitária estadual no local que constatou diversas irregularidades na unidade.

"Desde 2017 houve um acordo para regularizar a UPA. Lá não tinha alvará sanitário, tinha vários problemas de contaminação de fluxo e de estrutura que era necessário se regularizar. Infelizmente na época a prefeitura não cumpriu então a promotoria chegou a mover uma execução do acordo, e em pouco antes do bloqueio de recursos públicos houve sim uma regularização de uma parte da questão e a promotoria estava dando a questão como encerrada” – afirma Linhares. Ele ressaltou ainda veio a pandemia e começou a ter muitas reclamações não só de um funcionário, mas teve muitas reclamações sobre EPI’s e de manuseio errado de medicamentos.

Devido às várias reclamações, o promotor explica que entendeu por bem requisitar uma nova fiscalização da vigilância sanitária estadual para avaliar e foram constatadas novas irregularidades uma boa parte ligada ao Covid-19. Segundo o promotor, na UPA havia medicamentos vencidos, lugar que estava sendo lavado os equipamentos e tinham que ser esterilizados eram lugares sujos. “Você não pode lavar um equipamento de esterilização no mesmo lugar que você lava uma louça, você não pode usar uma bucha para lavar esses equipamentos, tem produtos próprios e fora que também existia um risco de contaminação pela própria estrutura que foi criada”- contou Linhares, que disse ainda que a UPA sofreu uma descaracterização em razão da pandemia para receber pacientes.

O promotor relatou que foi criado o centro de enfrentamento à Covid-19, mas não criaram uma estrutura de apoio adequado: faltava enfermeiros, faltava médico, faltava técnico em enfermagem. Segundo ele, tinha horário que só tinha um médico na UPA, um outro médico estava do lado da rua atendendo na triagem. “Se alguém passasse mal dentro do setor de isolamento, esse médico teria que parar o que está fazendo, o que não dá, porque UPA é para atender situação grave, esse médico vai ter que parar o que está fazendo se paramentar colocar aquela roupa e entrar, nesse meio tempo já foi brincando 15 minutos, 20 minutos a pessoa morre” – alerta Linhares.

Outra irregularidade apontada era de medicamentos que eram fracionados. O promotor relatou que a vigilância sanitária estadual após vistorias iria interditar a UPA de Juína, mas houve uma grande reunião com MP, secretária de saúde Leda Villaça, prefeito Altir Peruzzo e com a vigilância sanitária na promotoria, e nessa reunião foi fixado um prazo muito curto para a solução dos problemas. No entanto, foi pedido a demissão da diretora da UPA e da coordenadora de enfermagem. Foi verificado também que na estrutura da unidade há rachaduras e infiltração em vários pontos, sendo que essas e outras irregularidades a direção deveria resolver ou comunicar a administração.

“A promotoria exigiu a exclusão dessas duas pessoas (diretora e enfermeira) e a readaptação. Por exemplo, em 30 dias tem que finalizar as infiltrações, se não terminar já houve ofício da promotoria para a vigilância sanitária voltar na cidade, e a orientação da vigilância sanitária é que, se estiver errado de novo não é nem para ligar para promotoria, é para interditar. O município tem um prazo de 24 horas para retirar os medicamentos vencidos isso eles falarão que já fizeram, 10 dias para substituir a direção da UPA, e 30 a 60 dias para terminar as obras de infiltração, e contratar mais funcionários entre eles um farmacêutico, mais um médico pelo menos nessa época de pandemia talvez até dezembro, mais as medidas que tem que serem tomadas" – concluiu o representante do MPE.

Fonte: Juína News