O número de bovinos abatidos nos frigoríficos está caindo em Mato Grosso, desde junho. De janeiro a setembro, foram abatidos cerca de 3,9 milhões de cabeças de bovinos. A média mensal é cerca de 6% menor se comparado com o mesmo período do ano passado.
O Sindicato das Indústrias Frigoríficas do estado (Sindifrigo) aponta que o estado corre o risco de não ter gado suficiente para o abate a partir de 2021. O setor gera mais de 24 mil empregos em Mato Grosso.
Com a menor oferta de animais para as indústrias e com a forte demanda de exportação da carne, a arroba está valorizada. Nos últimos cinco meses, a arroba do boi acumulou alta de quase 40%, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Atualmente, está cotada em R$ 242 no estado.
Com isso, a carne também teve um aumento nos preços no comércio. Isso tem ocorrido em 95% dos cortes bovinos pesquisados no varejo de Cuiabá. Nos últimos 12 meses, subiram em média 25%.
As maiores altas foram no quilo da costela e do músculo. Ambos tiveram aumento de quase 50% no último ano.
De acordo com o levantamento de preços, nesse período, o quilo do acém é o que ainda está compensando para consumo. O corte foi um dos poucos que não tiveram alta significativa. Ele está custando cerca de R$ 21.
Atualmente, a diferença de custo na produção que chega a 10% considerando-se tributos e logística já é um desafio diário para quem produz no estado por causa da localização a 2.000 km de distância de um porto.
Com o menor número de bois enviados para o abate, Aaprodução de carne bovina está sendo atingida de forma significativa em todo o país.
A Confederação da Agricultura e Pecuário do Brasil divulgou dados sobre o valor bruto da produção agropecuária. São os valores que indicam a receita das atividades de agricultura e pecuária dentro das porteiras das fazendas.
Conforme o levantamento, o aumento deverá ser de 15,3% em 2020 em comparação com 2019.
Assim, a produção agropecuária vai produzir R$ 855 bilhões neste ano no Brasil.
Na agricultura, a safra recorde de grãos e fibras mais a desvalorização do real frente ao dólar, que beneficiou as exportações do agro, serão os motivadores para o resultado positivo deste ano.
Somente das lavouras deve sair cerca de R$ 550 bilhões, quase 20% mais que em 2019.
Na pecuária, a receita deve crescer em torno de 8% em 2020, ficando em R$ 305 bilhões, mesmo com a queda na produção de carne bovina prevista para este ano em quase 4% no país.