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Juiz determina retirada de videoclipe que simula sequestro e morte de candidato a prefeito em Cuiabá

Clipe simula o candidato sendo amarrado e sequestrado, deixado para morrer em uma floresta.

Data: Sexta-feira, 13/11/2020 17:21
Fonte: G1 MT

1, Billy afirmou que já cumpriu a decisão, mas que vai recorrer. Ele disse que questionar políticos não deveria ser crime.

“Não vivo de esmola de politico para ficar em silêncio, luto todo dia pela classe artística e trabalho de sol a sol para ter independência. Não vão me calar nunca. Nós, artistas, não vamos deixar. Eu não vou”, afirmou.

O Google Brasil Internet Ltda (Youtube) não se posicionou até a publicação desta matéria.

O clipe simula o candidato sendo amarrado e sequestrado, deixado para morrer em uma floresta. O G1 verificou que o vídeo, publicado no dia 9 de julho deste ano, foi retirado do canal de Billy Espindola no Youtube.

Na representação, Emanuel afirma que vem sofrendo ataques por parte do músico devido à música.

“A liberdade de expressão tem limites na qual não se pode prejudicar a imagem de outro e ainda, demonstrar uma cena de violência contra o autor, que vem sofrendo demasiadamente por conta das cenas gravadas no videoclipe. O representado não pode gravar tais cenas de violência, na qual se comete um crime contra o autor e pensar que não causaria dano”, diz.

 

Na decisão, o juiz afirma que a mensagem veiculada na publicação do artista, além de violências, faz acusação séria e criminosa ao candidato, “a qual, se não verdadeira, conduz inexoravelmente à configuração do crime de calúnia”.

“No caso trazido à apreciação, em juízo preliminar, quer parecer que estamos diante de uma publicação ilícita, pois a mensagem veiculada na publicação questionada, além das violências acima descritas, faz acusação séria de fato criminoso imputado ao representante, a qual, se não verdadeira, conduz inexoravelmente à configuração do crime de calúnia”, diz o juiz.

Ainda conforme a decisão, a publicação, caso seja mantida, pode causar dano de grave ou impossível reparação, às vésperas da eleição.

Com isso, Fidelis concedeu tutela de urgência determinando a retirada do clipe do Youtube em até um dia, sob pena de multa de R$ 5 mil por imagem/vídeo encontrado em descumprimento da decisão.

 

Leia abaixo a nota do músico na íntegra:

 

"É absurdo que a trama de um videoclipe seja censurada, mesmo que todos saibam que se trata de uma crítica à corrupção política, não há qualquer menção ao prefeito Emanuel Pinheiro na letra da música ou clipe.

Apesar de ter se transformado em um símbolo internacional, por conta do paletó, ele não é o único político que deve satisfações à população.

Enquanto artista, Billy Espíndola cumpriu a ordem judicial, mas irá recorrer. Isso porque tratou de forma lúdica e caricata os personagens da trama, sem nenhuma intenção de ameaça ou violência, como descreve o documento feito pela defesa de Emanuel.

A carapuça é do tamanho da cabeça de qualquer político que deve satisfações à sociedade, mas se ofende com questionamentos e exposição.

No clipe O Rio, a “onça pintada” é um dócil pitbull que se deixou ser pintado por outro artista referência da Capital, o Adriano Figueiredo. Foi tudo feito com muito humor, sensibilidade e carinho, para os que viram o clipe, ficou fácil de perceber.

 

Além deles, a equipe que se prontificou na gravação do trabalho autoral e independente, que apesar de não receber apoio do governo, persiste em existir em Cuiabá. Nós, artistas independentes, somos a voz da sociedade. Não vamos nos calar."