O secretário de Estado de Saúde (SES), Gilberto Figueiredo, teve novamente um exame RT-PCR positivado. Porém, o médico Dr. Carlos Carretone, que acompanha o caso, explicou que ainda não é possível confirmar que este possa ser um caso de reinfecção. “Existe a possibilidade de que seja um residual que ficou no pulmão desde quando ele contraiu o novo coronavírus em junho deste ano".
“Ele realmente teve mais um exame de RT-PCR que teve resultado positivo. Porém, isso ainda não quer dizer que seja um caso de reinfecção pelo novo coronavírus. Até porque ele seria um dos raríssimos casos que existem no mundo, eu mesmo ainda não vi acontecer. Existe a possibilidade de que seja um residual daquele vírus que ele contraiu em junho e ficou no pulmão, aparecendo agora no teste. É uma discussão científica muito pesada”, explicou o médico ao Olhar Direto.
Gilberto foi transferido para São Paulo (SP) e está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Albert Einstein. A ida do secretário para aquele Estado se deu justamente para que fosse feito um estudo mais detalhado sobre a condição do gestor, que faz parte do grupo de risco, já que possui diabetes e também a Doença de Crohn (inflamação séria do trato gastrointestinal).
Cronologia
No fim de junho, o secretário testou positivo para a Covid-19. Segundo o Dr. Carlos Carretone, rapidamente foi iniciado o tratamento precoce, tendo Gilberto reagido satisfatoriamente bem. Porém, no último sábado (28), teve um quadro de dor no corpo e apresentou uma inflamação no ouvido esquerdo (otite).
“Eu examinei e vi que estava começando uma pneumonia. Poderia inclusive ser a bactéria da otite indo para o pulmão, sendo assim, decidimos iniciar os antibióticos e observamos que a pneumonia tinha aumentado. A tomografia mostrou que 25% do pulmão havia sido comprometido e que o caso era compatível com processo viral. Inclusive, pensamos até na covid-19, mas tem esta situação da otite”, explicou o médico.
Foi então que a equipe médica, em comum acordo com o secretário e a família, decidiu internar Gilberto na UTI do Femina, para monitorar sua situação. “Porém, como houve este novo teste, resolvemos encaminhar para São Paulo, onde existe um centro para identificar os microorganismos e desvendarmos o que estava ocorrendo”.
“Se for comprovada a reinfecção por Covi, será um dos raros casos do mundo, que ainda não vimos por aqui. Temos que pensar nisto, mas até hoje não vimos aqui. Não existe segunda onda pelo que vimos até agora e sim quem não pegou e está pegando. Em pacientes vulneráveis, como é o caso do Gilberto, precisamos ser rápidos para fazer este diagnóstico, se não a pneumonia progride”, completou.
O secretário está recebendo oxigenioterapia, mas não está entubado. “Estou acompanhando o caso mesmo daqui e tenho notícias em tempo real dele. Fizemos tudo pensando no melhor para a saúde dele”.
No mês de junho o secretário testou positivo para a Covid-19, mas não apresentou sintomas específicos da doença.