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Avô de promotor de Juína é barrado em voo

O idoso, Elias Aragão Linhares de 92 anos, foi impedido de embarcar.

Data: Segunda-feira, 21/12/2020 07:21
Fonte: NatáliaAraújo / A GAZETA

Empresa aérea dificulta e tenta impedir embarque de idoso com mais de 90 anos por falta de estrutura para o atendimento do cliente.

O fato originou pedido de investigação junto ao Ministério Público do Estado.

O passageiro precisa de auxílio nas escadarias da aeronave por conta da mobilidade reduzida. Funcionária afirmou que a companhia não autoriza pessoas nessas condições no interior do avião.

A conduta é uma violação ao Estatuto do Idoso e caso foi levado à Promotoria de Justiça da Cidadania de Várzea Grande.

O fato aconteceu no dia 11 de dezembro, no Aeroporto Internacional Marechal Rondon. Na hora do embarque, uma funcionária da empresa TwoFlex, subcontratada da Azul Linhas Aéreas, negou a viagem a Elias Aragão Linhares, 92, avô do promotor de Juína, Marcelo Linhares.

O idoso seguia do interior de São Paulo para Juína (735 km a noroeste de Cuiabá) nem razão da pandemia da covid-19.

De acordo com a atendente, a empresa não fornece auxílio para o embarque e não autoriza pessoas sem mobilidade no interior da aeronave porque a companhia não tem estrutura para o atendimento. Por isso, a viagem seria cancelada e, no máximo, o valor da passagem seria devolvido, caso a supervisão confirmasse.

Contudo, o gestor superior sequer estava no aeroporto naquele momento, de acordo com a funcionária, que ainda se recusou a dar outras explicações.

Elias embarcou com muito esforço e dor, após ser praticamente carregado pelos familiares que o acompanhavam na viagem. A funcionária, em tom de deboche, ainda disse que o idoso deveria descer em Tangará da Serra (239 km a médio norte), por conta do abastecimento da aeronave.

A conduta da empresa, de acordo com a representação feita à Promotoria, viola o Estatuto do Idoso porque discriminou o passageiro impedindo ou dificultando o acesso ao meio de transporte em razão da idade. Além disso, a empresa não incluiu uma adaptação razoável para que o cliente consiga acessar a aeronave, em segurança.

A reportagem procurou a empresa Azul Linhas Aéreas, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.