Entre o Natal e o dia 3 de janeiro, Cuiabá registrou 1.382 novos casos de Covid-19 e a previsão é que em poucos dias os reflexos das festas de fim de ano sejam sentidos em um aumento ainda maior de casos. A secretária de Saúde de Cuiabá, Ozenira Félix, alertou que o município pode entrar em colapso com os reflexos das festas de fim de ano.
“Nestes primeiros dias do ano já registramos aumento de casos. A rede particular já está praticamente toda lotada. Estamos ainda em uma situação confortável, mas sabemos que nos próximos dias vamos ter o reflexo do Natal e, depois, um reflexo do Ano Novo. Isso vai fatalmente acabar nas nossas unidades de saúde com sobrecarga", disse.
Ainda segundo ela, a taxa de ocupação nos hospitais tem aumentado.
"Hoje estamos com 47% de ocupação nas UTIs do Pronto Socorro e 20% nas enfermarias. No Hospital São Benedito estamos com 65% de ocupação. Passou o final de ano, já aconteceu, não tem mais solução. Agora temos que evitar porque em breve podemos ter um colapso no sistema”, afirmou ela.
A secretária alertou também para a importância de evitar aglomerações, inclusive nas unidades de saúde. A orientação é que os pacientes procurem primeiro uma unidade básica de saúde e, de lá, eles serão encaminhados ou para casa, nos casos mais leves da doença, ou para hospitais referência.
“A gente tem feito um processo de monitoramento, desde o início da pandemia, e com as festas de fim de ano a gente intensificou, porque já sabíamos que haveria um aumento. Ainda não chegamos à capacidade máxima, mas pedimos cautela à população, vamos evitar novas aglomerações. O sistema possui uma quantidade máxima que a gente pode usar. Por mais que a gente vá adquirir, que a gente vá aumentar, se a população não se conscientizar, nós não vamos dar conta. Nem o SUS, nem a rede privada. E não é só em Cuiabá. É em todo o estado e em todo o país”, afirmou.
Segundo ela, nas unidades básicas de saúde a pessoa é cadastrada e, em várias delas, já há a disponibilidade do teste.
“As unidades já estão aumento a quantidade de leitos, a quantidade de UTIs, e a procura está muito grande. Por isso pedimos à população que não concentre em um local para buscar ajuda. A pessoa deve procurar a unidade básica de saúde perto da casa dela para evitar aglomerações nos hospitais. Não há necessidade, em um período desse, você estar frequentando festas, estar produzindo situações que pode agravar”, orientou.
Sobre as cirurgias eletivas, Ozenira disse que só estão sendo realizadas em casos de urg~encia e emergência, para priorizar o atendimento aos pacientes de Covid.
“Já entramos em uma situação em que as cirurgias eletivas, por exemplo, só vamos realizar o que for muito grave. Então o aumento dos casos de Covid-19 vai resultar em problemas para quem tem outras patologias. Precisamos de uma população consciente, de que há outras doenças que precisamos atender e que hoje estão ficando em segundo plano. Temos pacientes que estão em uma fila, que estão sofrendo esperando atendimento. No caso da Covid, cada um de nós podemos evitar. No caso de um paciente que tem uma doença que ele não pode evitar, é esse paciente que nós deveríamos dar prioridade”, afirmou a secretária.