A servidora pública Scheyla Schley, de 30 anos, moradora de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, tomou a primeira dose da vacina desenvolvida pela chinesa Sinopharm, durante as férias em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, nessa segunda-feira (11).
O imunizante não está entre as vacinas previstas para o Brasil.
Scheyla contou ao G1 que aproveitou as férias para viajar e estudar fora do país. Com o visto de estudante, ela poderá ficar até 100 dias nos Emirados Árabes. A oportunidade de se vacinar contra a Covid-19 foi oferecida pela escola onde a servidora está cursando inglês em Dubai.
“Perguntaram quem gostaria de tomar a vacina e eu me candidatei. Expliquei que tenho filho no Brasil e imagino que a vacina não vá chegar tão cedo para nós, então a escola me selecionou. Fiquei muito feliz com a oportunidade e voltarei imunizada para o Brasil”, comemorou.
A servidora explicou que o processo de vacinação foi simples, apesar do alto número de pessoas a procura do imunizante.
“Me buscaram, me levaram até o local da vacina e depois me deixaram em casa. No início [da campanha], a procura foi grande, tinha fila para tomar, mas o processo foi rápido e tranquilo. Não teve burocracia, só me perguntaram se eu estaria lá para tomar a segunda dose, daqui 21 dias, e eu disse que sim, pois ficarei por mais dois meses”, contou.
As imunizações em Dubai são agendadas e acontecem em centros de vacinação. A segunda dose da vacina de Scheyla está prevista para o dia 3 de fevereiro.
“Conheço várias pessoas que morreram de Covid-19, pessoas que ficaram muito mal por causa da doença. A minha mãe está com Covid-19, então tenho muito medo. Por isso, decidi abraçar a oportunidade. Me sinto segura. Tomei, não senti nada, e recomendaria para qualquer pessoa”, ressaltou.
Scheyla está em Dubai no dia 4 de dezembro de 2020, uma semana antes da vacinação começar.
Ela afirmou que, após finalizar o curso, pretende visitar as Ilhas Maldivas, a Indonésia e a Rússia.
“A vacina é uma segurança para eu viajar e não me contaminar ou levar a contaminação. Prefiro ter alguma alergia ou reação da vacina do que pegar a doença e ter uma sequela grande. Tenho vários amigos atletas que pegaram e têm problemas respiratórios até hoje”, ressaltou.
Vacina Sinopharm
A vacina da Sinopharm já tinha autorização de uso emergencial nos Emirados Árabes desde setembro – para proteger trabalhadores da linha de frente, com mais risco de contrair a Covid-19. Os ensaios de fase 3 no país incluíram 31 mil voluntários de 125 nacionalidades.
Em dezembro, a imunização começou ser aberta para o restante da população e turistas.
De acordo com os estudos da farmacêutica, a eficácia nos testes da Sinopharm foi de 86%, mas a proteção não dependeu apenas dela. As medidas rígidas de segurança sanitária ajudaram para que os Emirados Árabes Unidos tenham registrado menos de 650 mortes, conforme levantamento da Johns Hopkins University.
Vacina em MT
O governador Mauro Mendes (DEM) confirmou, nessa terça-feira (20), que Mato Grosso receberá o primeiro lote de vacinas contra a Covid-19 ainda neste mês.
Segundo o estado, a informação foi oficializada pelo ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, durante reunião por videoconferência.
A testagem da vacina chinesa contra a Covid-19 começou a ser feita neste mês pelo Hospital Universitário Júlio Müller, em Cuiabá, como centro aplicador.
A primeira voluntária a receber a dose foi a médica infectologista do HUJM, Giovana Volpato Pazin Feuser.
Vacinas para o Brasil
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que um avião deve decolar nesta quarta-feira (13) do Brasil para buscar dois milhões de doses da vacina contra a Covid-19 do laboratório Serum, na Índia.
Segundo Pazuello, as doses devem chegar no Brasil no dia 16 de janeiro.
De acordo com o ministro, ainda em janeiro, a partir de liberação da Anvisa, o governo terá 8 milhões de doses de dois tipos de vacina contra a Covid-19 para vacinar a população. Serão 6 milhões de doses da CoronaVac, imunizante produzido pelo Butantan em parceria com o laboratório Sinovac, e essas duas milhões de doses da vacina de Oxford importadas da Índia.