A morte do prefeito Maguito Vilela (MDB) incumbiu o vice Rogério Cruz (Republicanos) a assumir a cadeira da prefeitura de Goiânia. Aos 54 anos, Cruz é radialista, ex-vereador, e tem sua história entrelaçada ao Grupo Record e à Igreja Universal, onde exerce o ministério pastoral.
Antes de ingressar na política, Cruz morou por 16 anos na África, chefiando a exportação dos conteúdos do Grupo Record para países como Moçambique e Angola. Ao retornar ao Brasil em 2009, ele foi diretor-executivo das rádios Record em Goiânia, e se candidatou ao posto de vereador da capital em 2012. Ele venceu com 7.774 votos, e em 2016, foi reeleito como o quarto candidato mais votado, com 8.311 votos.
Carioca, Rogério Cruz nasceu em Duque de Caxias, e hoje é casado e pai de dois filhos. Sua escolha para vice-prefeito foi impulsionada pelo deputado João Campos (Republicanos), diretor municipal da sigla e um dos membros influentes da bancada evangélica no Congresso Federal.
Na época em que foi anunciado para o cargo de vice-prefeito, Cruz disse à imprensa local que se sentiu surpreso com a indicação. Ele já era pastor licenciado há mais de 20 anos mas afirmou aos jornalistas que saberia separar questões da igreja e da política.
Desde outubro, quando Maguito foi internado, ele passou a assumir papéis importantes no secretariado do governo e, na última quarta-feira (13), assumiu definitivamente o posto.
MAGUITO VILELA
O ex-prefeito Maguito Vilela vinha cumprindo sua agenda de campanha eleitoral em 2020 quando foi diagnosticado com Covid-19 no mês de setembro. O período já vinha sendo traumático para a família do emedebista, já que duas de suas irmãs faleceram por complicações da doença em um curto intervalo de apenas nove dias.
À medida que Maguito permanecia na luta contra o vírus, sua campanha superava a do adversário, Vanderlan Cardoso (PSD). Ele recebeu a notícia de que tinha sido eleito ainda na UTI do hospital Albert Einstein. De acordo com seu filho, Daniel Vilela, Maguito se emocionou ao receber a notícia de que o povo havia o escolhido para gerir a capital mais uma vez.
Enquanto ainda seguia internado, a assessoria de imprensa do até então prefeito anunciou que ele doaria o seu salário como gestor municipal aos cofres públicos para o combate à Covid-19 enquanto ainda estivesse afastado do cargo pela doença.
Maguito Vilela, entretanto, não resistiu a infecção pulmonar causada pelo vírus, e faleceu na última quarta-feira (13).