A empresária Rosemeire Soares Perin, de 52 anos, que estava desaparecida desde terça-feira (16) e foi encontrada morta na tarde desta quinta-feira (18) na região da Passagem da Conceição, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, foi assassinada ao cobrar uma dívida de R$ 1,2 mil de um cliente.
A informação foi divulgada nesta sexta-feira (19) pelo delegado Marcel Oliveira, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), durante coletiva de imprensa.
Dois homens foram presos pela Polícia Militar suspeitos do crime: Jefferson Rodrigues da Silva (cliente da vítima) e Pedro Paulo de Arruda, que ajudou Jefferson a se livrar do corpo da empresária.
Jefferson é monitorado por tornozeleira eletrônica e tem antecedentes criminais por crime sexual e roubo. Ele confessou o crime, mas Pedro negou.
Rosemeire trabalhava no ramo de venda de produtos para festa e máquinas de sorvetes há mais de 10 anos, além de vender outros utensílios para comerciantes, como pratos e copos plásticos.
Segundo o delegado, Jefferson conhecia a vítima desde 2011 porque a família dele era cliente de Rosemeire, mas somente em 2020 ele começou a ter uma ligação comercial com a vítima.
O suspeito vendia sorvetes em um supermercado em Várzea Grande, comercializava espetinho e havia adquirido uma máquina de sorvetes com a vítima no ano passado no valor de R$ 7 mil.
Meses depois, ele procurou a empresária para fazer uma manutenção na máquina e ficou devendo o valor de R$ 850 a ela.
Jefferson ainda fez outras duas aquisições, de um batedor de milk-shake e pratos plásticos, subindo a dívida total com a empresária para R$ 1,2 mil.
Além das vendas, era a própria Rosemeire que fazia a manutenção dos equipamentos.
“No dia do desaparecimento, ela foi até a quitinete dele, em Várzea Grande, para testar o equipamento que Jefferson comprou. Na ocasião ela cobrou essa dívida de R$ 1,2 mil e ele não gostou, deu uma ‘gravata’ e a vítima desmaiou. Ele a amarrou com fitas adesivas e amordaçou com uma meia”, detalhou o delegado.
Rosemeire despertou momentos depois para o desespero do cliente.
“Ele se viu em um momento de desespero. Por usar tornozeleira, ele disse que ficou com medo de voltar à prisão. Nisso, pegou uma faca de cozinha, de 30 centímetros, e deu três facadas no pescoço dela”, contou o delegado.
Jefferson confessou o crime e disse que depois pediu ajuda para um familiar. Tendo o pedido rejeitado, ele procurou Pedro, que aceitou ajudá-lo a se livrar do corpo da empresária.
Eles colocaram o corpo em um lençol, enrolaram, colocaram dentro de uma lona preta e enrolaram novamente em um edredom.
Depois disso, levaram o corpo até a Passagem da Conceição, onde ela foi encontrada dois dias depois.
A Polícia Militar conseguiu imagens do carro passando por uma ponte entre Cuiabá e Várzea Grande e identificou que um suspeito que usa tornozeleira estava dentro do veículo.
A PM então fez uma diligência e conseguiu localizar o suspeito que estava com os documentos da vítima no bolso. Depois de ser preso, Jefferson revelou a participação de Pedro.
Conforme o delegado, a quitinete de Jefferson estava com marcas de sangue em diversos cômodos. A faca usada no crime também foi encontrada suja de sangue.
Inicialmente o delegado descartou a hipótese de que a empresária tenha sofrido violência sexual. O fato foi levantado e divulgado pela imprensa com base em depoimento dos suspeitos, mas descartado pelas autoridades.
Os dois foram encaminhados para a Cadeia Pública do Capão Grande e ainda passarão pela audiência de custódia na Justiça. Eles vão responder criminalmente por homicídio qualificado, asfixia, tortura, ocultação de cadáver e furto qualificado, uma vez que o carro da vítima foi usado por Jefferson após o assassinato.
O corpo da empresária será velado nesta sexta-feira (19), em Cuiabá.