O governador Eduardo Leite antecipou, em transmissão ao vivo na tarde desta quinta-feira (25), que todo o Estado do Rio Grande do Sul será colocado em bandeira preta na nova rodada de classificação do modelo de distanciamento controlado, o que ocorrerá nesta sexta-feira (26).
O cumprimento das normas de etiqueta preta, próximas de um lockdown, valerá a partir de sábado (27), sem possibilidade de os prefeitos abrandarem as regras nas suas cidades devido à suspensão do método de cogestão. Normalmente, os anúncios do mapa preliminar são feitos na sexta-feira e as regras são válidas a partir da terça-feira seguinte, mas o governo alterou esta regra.
Leite explicou que, diante do agravamento da pandemia, será acionada uma "salvaguarda" para criar uma bandeira única em todo o Estado, e não mais uma tarja para cada uma das 21 regiões da covid-19.
Essa "salvaguarda", diz Leite, será acionada porque a relação entre leitos de hospitais disponíveis e ocupados está em 0,23, abaixo da linha limite de 0,35.
Por isso, disse Leite, diante de um esgotamento do sistema de saúde em nível estadual, os critérios da bandeira preta terão de ser cumpridos por todas as regiões pelo menos entre sábado e o dia 7 de março, um domingo.
— A deliberação que tivemos no gabinete de crise é da criação de uma salvaguarda que estabelece que, quando os leitos totais do Rio Grande do Sul estiverem abaixo de 0,35, na proporção de cada leito livre para cada leito ocupado, a salvaguarda se aciona no Estado todo para o cumprimento do protocolo da bandeira preta. O que quer dizer isso? Estamos com 0,23 leito livre para cada leito ocupado. A salvaguarda será acionada e antecipo que, fatalmente, todas as regiões do Estado terão bandeira preta (valendo a partir de sábado, dia 27) — afirmou Leite.
Ele justificou a decisão com o argumento de que a rede de saúde é uma só e, no momento, encontra-se à beira do colapso. Mesmo pacientes de uma região de menor gravidade, sustentou ele, acabariam dependendo de um mesmo sistema hospitalar que está sobrecarregado.
— É uma rede. Mesmo que uma região esteja com bandeira menor, verificando contágio menor, o seu sistema de saúde vai ser demandado. E, mais do que isso, se uma região estiver cumprindo protocolos muito severos, as outras regiões próximas com serviços abertos poderão ser demandadas, o que vai gerar migração e aumento do fluxo da pandemia para outras regiões por ter essa disparidade entre protocolos. Neste momento, entendemos que a situação exige e a salvaguarda se impõe para que todo o Estado cumpra de maneira uniforme os protocolos da bandeira preta — decidiu o governador.
Ele ainda disse que, além das regras de bandeira preta, seguirá valendo na próxima semana o decreto de suspensão geral das atividades não essenciais diariamente, entre 20h e 5h.