A grande movimentação nas fazendas e armazéns durante a colheita da safra tem chamado a atenção de criminosos. Em Mato Grosso, agricultores estão preocupados com o aumento dos casos de desvios e furtos de grãos na hora do embarque da produção. Com isso, o trabalho passou a exigir alerta redobrado, afinal , nem sempre quem está carregando os grãos é a pessoa que diz ser.
“Essas pessoas chegam nas fazendas para carregar e estão com documentos e ordem clonados, carregam os produtos e levam embora. Como são clonados, não se consegue rastrear e, por isso, precisamos aprender técnicas para evitar esse tipo de crime que gera prejuízos a muitos produtores”, conta Silvano Filipetto, presidente do Sindicato Rural de Sorriso.
A maneira de agir mudou. Mas o campo segue como alvo dos criminosos, segundo Márcio Portela, delegado da Polícia Civil na região. “Esse crime envolvendo cargas tem evoluído bastante. Os criminosos vêm migrando, do assalto e do roubo com violência, para esses desvios sem violência, mas de forma muito lucrativa. Os criminosos vêm ‘pulverizando’ por várias cidades do estado esses crimes, esses desvios. E aqui em Sorriso não é diferente, é um campo fértil para este tipo de criminoso”.
A frequência deste tipo de caso preocupa os agricultores e levou o Sindicato Rural do município a realizar um encontro na noite desta quarta-feira, 24, para debater o assunto. Representantes da segurança pública orientaram os produtores sobre como tentar combater os desvios, roubos e furtos de cargas. A ideia é agir preventivamente, com verificação rigorosa de documentos usando tecnologias simples e eficientes. “Existem ferramentas que podem ser utilizadas de forma gratuita, em código aberto e que, inclusive, operam sem conexão com a internet”, aponta Leonardo Ramos, chefe da sexta Delegacia da Polícia Rodoviária Federal de Sorriso.