A taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para o tratamento da Covid-19 nos hospitais particulares em Cuiabá chegou a 97% nesta terça-feira (9). Na semana anterior, essa taxa era de 90%. Há duas semanas, era 86%. As informações são do Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Mato Grosso (Sindessmat).
Segundo o sindicato, a taxa de ocupação nos leitos de internação em enfermaria está em 93%, enquanto que na semana passada estava em 88%.
De acordo com o Sindessmat, alguns hospitais ainda possuem capacidade de ampliação do número de leitos, e neste momento, entidades estão em processo de aquisição de novos equipamentos para aumentar o número de leitos e ampliar a capacidade de atendimento dos pacientes com a Covid-19.
Em Cuiabá, 323 pacientes estão internados em leitos de UTI para Covid-19 em hospitais particulares e públicos.
Desses, 261 foram testados positivos para o novo coronavírus e 62 ainda são casos suspeitos aguardando confirmação.
Já foram confirmados 56,7 mil casos de Covid-19 e 1.616 mortes em decorrência da doença na capital.
Atualmente, o número de pacientes que esperam por leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratamento da Covid-19 em Mato Grosso subiu para 73. Até a manhã de segunda-feira (8), eram 59 pessoas na fila. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde (SES).
No entanto, até a manhã desta terça-feira (9), nenhum estado respondeu oficialmente sobre o pedido de ajuda.
De acordo com a SES, essa falta de resposta é porque a maioria deles está na mesma situação que Mato Grosso: com taxa de ocupação de leitos de UTI superior a 80%.
As poucas vagas disponíveis são de retaguarda, o que impede que sejam usadas para esses pacientes que estão à espera.
"Os leitos de retaguarda são aqueles que ficam obrigatoriamente reservados e subsidiam o atendimento do grande número de pessoas já internadas em enfermarias. A reserva dos leitos de retaguarda é uma norma do Sistema Único de Saúde (SUS)", explicou a SES por meio de nota.
Gilberto Figueiredo afirmou, no sábado (6), que a Saúde em Mato Grosso entrou em colapso.
"O sistema hospitalar já colapsou. A procura por profissionais está grande, mas não há pessoas. As empresas têm dificuldades para atender nossas solicitações. Existe um colapso já estabelecido no sistema SUS", afirmou.
O governador do estado, Mauro Mendes (DEM), confirmou em entrevista na última sexta-feira (5) a falta de profissionais de saúde para atender em UTIs e autorizou o secretário de Saúde a tomar as medidas necessárias.
Figueiredo confirmou que os leitos ainda disponíveis são de retaguarda, planejados e reservados para atender pacientes que já estão internados em enfermarias.
"O governo do estado continua fazendo esforço para ampliar o número de leitos. No entanto, a população precisa entender que, nesse momento, se houver flexibilização e as pessoas forem para as ruas sem se preocupar com as medidas preventivas, as pessoas podem necessitar de uma assistência que não vai estar disponível", explica.
Em janeiro deste ano, Mato Grosso prestou assistência aos pacientes de Rondônia e cedeu UTIs para o tratamento de pessoas que esperavam por uma vaga.
De acordo com o Painel Covid-19, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) registrou desde o início da pandemia 263,4 casos confirmados da Covid-19 e 6.085 óbitos em decorrência da doença no estado.
Dentre os dez municípios com maior número de casos de Covid-19 estão: Cuiabá (56.753), Rondonópolis (20.634), Várzea Grande (16.552), Sinop (13.432), Sorriso (10.619), Tangará da Serra (10.224), Lucas do Rio Verde (9.540), Primavera do Leste (7.838), Cáceres (5.796) e Nova Mutum (5.187).