Os pacientes diagnosticados com Covid-19 em Diamantino, a 203 km de Cuiabá, enfrentam a falta de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), oxigênio e medicamentos para intubação. Segundo a secretária de Saúde do município, Marinêze de Araújo Meira, em apenas alguns dias, foi usado o estoque de oxigênio do ano todo.
O município não possui nenhum leito de UTI. A transferência dos pacientes depende da abertura de vagas em Cuiabá, que pode demorar 20 dias. Há mais de 15 dias o estado está com lotação máxima dos leitos.
Atualmente, oito pacientes estão em estado grave, mas ainda sem necessidade de receber o tratamento de UTI. Apesar disso, uma pessoa está intubada à espera de transferência para uma UTI.
"Nossa cidade não tem estrutura de UTI, não tem UTI, estamos segurando os pacientes nas nossas condições", disse a secretária.
Na semana passada, a empresa que fornece oxigênio alertou que não conseguiria atender o município, mas o problema foi solucionado.
De acordo com a secretária, o momento é de apreensão, já que aumenta o número de casos de doença na cidade, inclusive, de crianças.
Na próxima semana, os profissionais da saúde vão receber um treinamento online de uma equipe técnica da USP sobre fisioterapia respiratória e tratamento de intubação. Além disso, será disponibilizado mais um local para realizar os testes rápidos de covid no município.
Em Diamantino, foram registrados 1,5 mil casos da Covid-19 e 26 óbitos em decorrência da doença.
A fila de espera por leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Mato Grosso mais que dobrou em uma semana. Na última terça-feira (22), 187 pacientes esperavam por um leito de UTI no estado, de acordo com a SES.
Desde o dia 8 de março, não tem leitos de UTI disponíveis no estado. Após a lotação máxima, o número de pacientes aguardando a liberação de leito só aumenta.
O colapso de saúde se estende aos hospitais particulares. Em Cuiabá, alguns hospitais fecharam as portas do pronto-atendimento, devido à superlotação de pacientes com Covid-19.
Unidades públicas também suspenderam as internações por falta de vagas. As policlínicas dos bairros Verdão, Coxipó, Pedra 90 e do Planalto, e as UPAs dos bairros Morada do Ouro e Pascoal Ramos não conseguem mais receber pacientes.
Para frear o avanço da nova onda de Covid-19, o governo estadual prorrogou o decreto publicado na terça-feira (16) que toma medidas como toque de recolher e fechamento do comércio depois das 19h. As medidas continuam a valer até o dia 4 de abril.