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Incidência de Covid-19 entre professores de SP é três vezes maior do que entre população adulta do estado, diz estudo

Estudo monitorou casos entre 07 de fevereiro e 06 de março de 2021 das 299 unidades escolares que forneceram dados em todas as quatro semanas epidemiológicas investigadas

Data: Quarta-feira, 14/04/2021 09:45
Fonte: O Globo

Estudo da Rede Escola Pública e Universidade (Repu) aponta que a incidência de Covid-19 entre professores da rede estadual de São Paulo é quase três vezes maior do que entre a população adulta do estado. 

O estudo monitorou os casos de Covid-19 em 554 escolas da rede estadual paulista, entre 07 de fevereiro e 06 de março de 2021, período em que as atividades escolares presenciais foram retomadas no estado de São Paulo, e analisou os números das 299 unidades escolares que forneceram dados em todas as quatro semanas epidemiológicas investigadas.

Essas escolas totalizam um universo de 12.547 professores e 3.947 servidores não docentes, e estão em  Arujá, Caieiras, Cajamar, Ferraz de Vasconcelos, Francisco Morato, Franco da Rocha, Guarulhos, Hortolândia, Mairiporã, Osasco, Poá, Santa Isabel, Santo André, São Paulo e Sumaré.

No período analisado, a incidência de novos casos de Covid-19 nas escolas cresceu 138% entre os professores, em comparação a um crescimento de 81% na população de 25 a 59 anos do estado de São Paulo. Na avaliação do grupo, isso significa que as atividades escolares presenciais não podem ser consideradas seguras nas escolas da rede estadual.

Ainda segundo os  pesquisadores, a incidência entre professores das escolas monitoradas era 150% maior do que na população estadual com a mesma faixa etária já na primeira semana do monitoramento, quando as atividades escolares presenciais foram retomadas no estado.

Na quarta semana, a incidência entre professores das escolas monitoradas passou a ser 230% maior. A incidência acumulada nas quatro semanas é 6100% maior do que a incidência acumulada reportada no Boletim da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) e da Comissão Médica da Educação.

“Os resultados do monitoramento, portanto, corroboram a análise apresentada na primeira parte da nota técnica, sobre as graves deficiências metodológicas identificadas no Boletim”, diz o grupo, em nota.

— Os resultados demonstram que as atividades presenciais nas escolas não eram seguras, assim como não são seguras neste momento. Infelizmente, a insistência do governo de São Paulo em propagar que as escolas são ambientes seguros em qualquer contexto levou, entre fevereiro e março, a uma exposição da comunidade escolar que poderia ter sido evitada — afirma Leonardo Crochik (IF-SP), um dos autores do estudo.