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Deputado que é médico apresenta projeto que prioriza vacinação de grávidas em MT e aconselha mulheres a adiarem gravidez se possível

Autor de projeto diz que o risco de morte em pacientes que aguardam um bebê é 13 vezes maior em relação a outros indivíduos na mesma faixa etária.

Data: Terça-feira, 20/04/2021 10:41
Fonte: G1 MT

Começou a tramitar na Assembleia Legislativa de MT um projeto que inclui as grávidas no grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19. Cerca de 30 gestantes morreram com a doença no estado.

De acordo com projeto, de autoria do deputado Luís Amilton Gimenez, que é médico, as gestantes a partir do 6º mês de gestação e puérperas devem ser vacinadas após o grupo de pessoas com mais de 65 anos.

Outro projeto similar está em tramitação no Congresso Nacional.

Gimenez destaca que, segundo o American Journal of Obstetrics and Gynecology, o risco de morte em pacientes que aguardam um bebê é 13 vezes maior em relação a outros indivíduos na mesma faixa etária. Os nascimentos prematuros são 45,4% mais frequentes entre as pacientes com quadro severo ou crítico de covid-19.

Ele defendeu a necessidade de isolar a gestante, testar todas acima do 6º mês e acompanhar a gravidez das grávidas que tiverem suspeita ou confirmação de Covid-19.

 

'Adiem a gravidez, se possível'

 

O parlamentar avalia como pertinente a orientação do secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Raphael Parente, que nesta sexta-feira (16) pediu que as mulheres (especialmente as mais jovens) adiem a gravidez até haver uma melhora da pandemia, se for possível.

 

“Como meus colegas médicos, eu também peço a quem pretende ter filhos que adie a gravidez para não correr o risco de tromboembolia. Essa vacinação pretende ajudar que a gravidez chegue até o fim com segurança, para que a mãe consiga sobreviver, hoje, temos mães morrendo, partos antecipados, bebês prematuros e casos em que as crianças se salvam e a mãe vai a óbito”, lamentou o deputado.

 

 

Mortes dobram em 2021

 

O número de mortes de grávidas e mães de recém-nascidos por coronavírus no Brasil dobrou em 2021 em relação ao ano passado, de acordo com o levantamento do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19. No ano passado, foram registradas 453 mortes (10,5 óbitos na média semanal). Em 2021, até 7 de abril, foram 289 mortes (22,2 óbitos na média semanal).

Desde o início da pandemia, foram registrados 9.479 casos de Covid-19 entre gestantes e puérperas, com 738 mortes. Também há 9.784 registros de SRAG (Síndrome respiratória aguda grave), com 250 óbitos que podem ser Covid. A média brasileira de mortes entre as gestantes é a maior do mundo.